O autor do atentado realizado na terça-feira (24) contra o ônibus da guarda presidencial em Túnis é um vendedor ambulante de 26 anos, que vivia na periferia da capital.
"As análises biológicas finais permitiram identificar Hussam Ben Hedi Ben Miled Abdelli como autor do ataque", onde morreram 20 agentes da guarda presidencial, segundo o comunicado do ministério do Interior.
O vendedor ambulante teria completado 27 anos no próximo dia 10 de dezembro.
As autoridades tunisianas decretaram estado de emergência depois do atentado reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).
"O autor do ataque é um tunisiano identificado como Abu Abdullah al-Tunissi", que, munido de explosivos, entrou no ônibus e detonou a carga que levava, segundo o texto do EI postado em sites jihadistas.
Segundo o grupo, 20 pessoas morreram durante a ação, mas, de acordo com o balanço oficial, 12 agentes da guarda presidencial foram mortos no ataque. Outras 20 pessoas teriam ficado feridas, segundo esta fonte.
O grupo radical também publicou uma foto do suposto autor do ataque, na qual ele aparece vestido de branco, com um cinto de explosivos e um véu cobrindo o rosto.
Perto do local do atentado, em pleno centro de Túnis, as autoridades encontraram um décimo terceiro corpo, que poderia ser do autor do atentado, informou nesta quarta-feira o ministério do Interior, destacando que foram usados no ataque dez quilos de Semtex, um explosivo muito poderoso.
O ministério do Interior não especifica se o ataque foi suicida.
O grupo Estado Islâmico também reivindicou, este ano, dois atentados que causaram 60 mortes, incluindo 59 turistas estrangeiros, na cidade de Sousse em junho e no Museu do Bardo, na capital, em março.
Diante deste novo golpe, a imprensa pediu, na quarta-feira, pela união nacional e resistência, assim como por "uma nova filosofia" e pela adoção de "medidas especiais" contra o terrorismo.
O Conselho de Segurança Nacional, presidido pelo chefe de Estado Béji Caid Essebsi, decidiu nesta quarta-feira o fechamento da fronteira com a Líbia por 15 dias e "um aumento da vigilância nas fronteiras marítimas e nos aeroportos", segundo comunicado difundido na internet.
As autoridades também anunciaram que recrutarão três mil pessoas para o ministério do Interior e outras três mil para o exército em 2016.
Túnis enfrenta desde sua revolução, que provocou a queda do regime de Zine el Abidine Ben Ali em janeiro de 2011, o fortalecimento da influência jihadista, responsável pela morte de dezenas de policiais e militares.