O papa Francisco desembarcou neste domingo (29) em Bangui, a última etapa de sua viagem ao continente africano e a mais perigosa, em consequência da violência religiosa que afeta a República Centro-Africana, onde o pontífice pretende apresentar uma mensagem de paz e reconciliação. O avião pousou às 10h (7h de Brasília) no aeroporto de Bangui, perto do qual milhares de pessoas buscaram refúgio contra a violência e a proteção dos soldados da ONU. Nas ruas que levam ao aeroporto, as autoridades mobilizaram um grande dispositivo de segurança para proteger o cortejo do papa.
A conveniência de manter a terceira etapa da viagem africana, após visitas ao Quênia e Uganda, foi muito discutida depois que o serviço secreto francês aconselhou o cancelamento. A República Centro-Africana, devastada desde 2013 por uma guerra civil com um tom religioso entre as milícias seleka, majoritariamente muçulmanas, e as antibalaka, de maioria cristã, registra um elevado nível de tensão a poucas semanas das eleições presidenciais.
No entanto, o papa Francisco, que dormirá em Bangui e na segunda-feira retornará para Roma, se negou a cancelar a etapa centro-africana e disse, com bom humor, que a temia apenas os mosquitos. Os capacetes azuis da ONU (10.900 homens mobilizados em todo país), o contingente militar francês (900 soldados) e a polícia centro-africana organizaram um impressionante dispositivo de segurança nas áreas que serão visitadas pelo pontífice.