Dilma defende caráter obrigatório para acordo da COP-21

''O nosso acordo não pode ser um simples resumo das melhores intenções de todos'', disse a presidente
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 30/11/2015 às 12:16
''O nosso acordo não pode ser um simples resumo das melhores intenções de todos'', disse a presidente Foto: Foto: JACQUES DEMARTHON/ AFP


A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta segunda-feira (30), em seu discurso na 21ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 21), em Paris, a adoção de um acordo global contra as mudanças climática que seja "legalmente vinculante", ou seja, que tenha caráter compulsório para os países signatários. Em sua declaração, Dilma classificou ainda incidente na bacia hidrográfica de Mariana como "o maior desastre ambiental da história do Brasil", culpando "empresas" que serão "punidas severamente".

O discurso da chefe de Estado brasileira foi feito ao mesmo tempo em que a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, falaram em outras salas, o que dissipou sua audiência. "Estamos aqui em Paris para construir uma resposta conjunta que só será eficaz se for coletiva e justa", argumentou a presidente. "A melhor maneira de construir soluções comuns é a nossa união em torno de um acordo justo, universal e ambicioso que limite nesse século a elevação da temperatura média global a 2ºC."

Foi nesse momento que a brasileira defendeu que o acordo de Paris, que substituirá o Protocolo de Kyoto como grande marco legal da luta contra as mudanças climáticas, tenha caráter obrigatório. 

"Devemos construir um acordo que seja também, e fundamentalmente, legalmente vinculante", afirmou. "O nosso acordo não pode ser um simples resumo das melhores intenções de todos. Ele definirá caminhos e compromissos que devemos percorrer para juntos vencermos o desafio planetário do aquecimento global."

O discurso deixa nas entrelinhas a porta entreaberta para que o Brasil apoie a proposta de um acordo que tenha cláusulas obrigatórias, e outras sem esse caráter. Essa é a tendência indicada pela secretária-executiva da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), Christiana Figueres.

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