Um israelense foi condenado nesta terça-feira a três anos de prisão pelo incêndio premeditado de uma escola bilíngue árabe-hebraico há um ano em Jerusalém, informaram fontes judiciais. Yitzhak Gabai, de 23 anos, foi condenado pelo Tribunal Distrital de Jerusalém a dois anos de prisão por incêndio criminoso, 10 meses por incitar a violência no Facebook, e mais dois meses por posse de armas, indicaram as fontes. Dois de seus cúmplices, os irmãos Nahman e Shlomo Twitto, de 19 e 21, foram condenados recentemente a penas de dois anos e dois anos e meio de prisão.
O Ministério Público, que havia pedido entre quatro a sete anos de prisão contra Yitzhak Gabai, anunciou a sua intenção de interpor recurso ante o Supremo Tribunal Federal contra a sentença imposta, considerada muito branda, acrescentaram as mesmas fontes. No final de 2014, o Shin Bet, o serviço de segurança interna, havia revelado que os três eram membros da Lehava, um movimento israelense que faz campanha contra os casamentos entre judeus e árabes.
Os ativistas do Lehava seguem os ensinamentos de Meir Kahane, fundador do movimento racista anti-árabe Kach, assassinado em 1990 em Nova York, segundo o Shin Beth, que recordou que as frases "Kahana tinha razão" e "não há coexistência com o câncer" foram pichadas nas paredes da escola incendiada. Segundo a polícia, membros do Lehava estão ligados a outros incidentes violentos.
O incêndio desta escola bilíngue, um símbolo de um possível coexistência entre israelenses e palestinos, provocou fortes reações da classe política israelense. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu condenou um ataque "contra os esforços significativos para restaurar a paz em Jerusalém".