Abertas frentes diplomáticas contra o financiamento do Estado Islâmico

A comunidade internacional combate as fontes de financiamento do EI atacando suas atividades petroleiras e eliminando seus apoios econômicos
Da AFP
Publicado em 11/12/2015 às 17:54
A comunidade internacional combate as fontes de financiamento do EI atacando suas atividades petroleiras e eliminando seus apoios econômicos Foto: Foto: Haidar Hamdani/AFP


A comunidade internacional combate as fontes de financiamento do grupo Estado Islâmico (EI) atacando suas atividades petroleiras, eliminando seus apoios econômicos e mobilizando-se em três frentes diplomáticas para asfixiá-lo financeiramente: o G20, a ONU e a União Europeia.

O G20, via Gafi

Dois dias depois dos atentados de 13 de novembro em Paris, os dirigentes das 20 maiores economias do mundo (G20) reuniram-se em Antalya, na Turquia. Deram mandato ao Grupo de Ação Financeira (Gafi), até então o único especializado na luta contra a evasão fiscal, para tratar de cercear "os fluxos de financiamento vinculados ao terrorismo".

Este organismo intergovernamental, integrado por 34 países e territórios, convocou para esse fim de semana em Paris uma reunião extraordinária para tratar a questão do financiamento do terrorismo e para pressionar aos países que ainda não tomaram as medidas adequadas nesse sentido.

O Gafi entregará um relatório no G20 Financeiro de fevereiro no qual apresentará "o que foi feito nos diferentes países que não estão em dia na luta contra o financiamento do terrorismo, e cuja lista não se tornou pública", explicou uma fonte diplomática.

"Temos que refletir dentro do Gafi sobre um dispositivo que permita pressionar países que não estão em dia e que não têm ainda dispositivos para fazer o mínimo na luta contra o financiamento do terrorismo", afirmou essa fonte.

Conselho de segurança da ONU

Os Estados Unidos, que assumem em dezembro a presidência rotativa do Conselho de Segurança, convocaram uma reunião para o dia 17 de dezembro para debater os meios para cortar o financiamento do EI.

"Uma frente internacional unida é crucial para alcançar o objetivo de isolar o EI do sistema financeiro internacional e frear seu financiamento", afirmou o secretário do Tesouro americano, Jacob Lew.

Pela primeira vez, os ministros da Economia dos 15 países-membros do Conselho de Segurança são convidados a viajar a Nova York.

O ministro francês Michel Sapin e seus homólogos britânico George Osborne e espanhol Luis de Guindos confirmaram presença, informou o ministério francês à AFP.

"A ideia é adotar uma resolução com força de lei para o conjunto dos países das Nações Unidas, com o objetivo de estreitar as redes e poder detectar movimentos de dinheiro que servem para financiar atos de terrorismo, e atuar congelando os haveres ou aproveitando-os", disse essa fonte.

A União Europeia

Após os atentados na capital francesa, Michel Sapin levou o tema do financiamento do terrorismo ao Conselho de ministros da Economia europeus (Ecofin), que se reuniu na terça-feira passada. A próxima reunião está prevista para janeiro.

A França exige que a Europa passe agora da "fase da emoção à fase da ação". Os cartões de crédito pré-pagos centralizam a preocupação de Paris, que exige normas "mais restritas" para sua utilização na Europa. 

O governo de Paris pede assim aos demais membros da União Europeia que "acelere consideravelmente" a aplicação da última disposição europeia contra lavagem de dinheiro.

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