Irã critica execução de oposicionista xiita na Arábia Saudita

O presidente do Parlamento do Irã, Ali Larijani, afirmou que a execução de al-Nimr vai causar um ''tumulto''
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 02/01/2016 às 15:10
O presidente do Parlamento do Irã, Ali Larijani, afirmou que a execução de al-Nimr vai causar um ''tumulto'' Foto: Foto: Reprodução/Vídeo AFP


O Irã condenou fortemente a execução do clérigo muçulmano xiita Nimr al-Nimr na Arábia Saudita, onde ao todo 47 pessoas condenadas por terrorismo foram executadas neste sábado (2). A Arábia Saudita sunita e o Irã xiita são rivais regionais e apoiam lados diferentes em guerras como a da Síria e a do Iêmen. 

Porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Hossein Jaberi Ansari, disse esse sábado que a execução de al-Nimr "apenas mostra a profundidade da imprudência e da irresponsabilidade". Ele afirmou que o clérigo não tinha outros meios que não o discurso para "perseguir seus objetivos políticos e religiosos". A declaração foi transmitida pela rede de TV estatal.

Al-Nimr, preso em 2012, foi uma figura central em protestos pela minoria xiita no território saudita. 

O presidente do Parlamento do Irã, Ali Larijani, afirmou que a execução de al-Nimr vai causar um "tumulto" na Arábia Saudita. Em comentários divulgados na página da internet da rede de TV estatal, ele afirmou que a Arábia Saudita não seria capaz de superar esse "tumulto". 

O Ministério de Relações Exteriores da Alemanha também se pronunciou sobre as execuções na Arábia Saudita. Em um comunicado, o Ministério afirmou que "a pena de morte é uma forma desumana de punição" e acrescentou que a Alemanha trabalha com seus parceiros da União Europeia para abolir a pena de morte no mundo. 

O comunicado mencionou especificamente a morte de al-Nimr. "A execução fortalece nossas preocupações já existentes sobre tensões crescentes e o aprofundamento da fratura na região", disse o Ministério alemão.

A Arábia Saudita convocou o embaixador do Irã para protestar contra declarações "agressivas" de Teerã, após a execução, neste sábado.

O Ministério "enviou ao embaixador iraniano (...) uma carta de protesto referente às declarações iranianas agressivas a respeito das sentenças legais aplicadas hoje contra terroristas no reino", de acordo com a nota publicada pela agência oficial de notícias SPA.

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