Membros do Estado Islâmico retomaram ataques contra um importante terminal petrolífero no leste da Líbia, ateando fogo a um segundo tanque na área, afirmou nesta terça-feira uma autoridade líbia. Os ataques geram o temor de que o setor de petróleo do país do norte da África possa ser o próximo alvo do grupo radical islâmico. As ações ocorrem semanas após representantes de dois governos rivais da Líbia firmarem um acordo para dividir o poder que prevê a formação de um governo de união nacional em meados de janeiro.
Um tanque de estoque de petróleo pegou fogo após o Estado Islâmico atacar o terminal Es Sider pelo segundo dia, disse um porta-voz da Libya's National Oil Co. Outro tanque pegou fogo após o grupo extremista disparar no porto vizinho de Ras Lanuf, na segunda-feira. Os dois locais ficam mais de 600 quilômetros a leste de Trípoli, capital do país.
Comunicados divulgados na segunda-feira (4) na internet, de autoria do braço líbio do Estado Islâmico, reivindicavam a responsabilidade por um ataque com um carro-bomba anterior realizado em Es Sider. Havia fotos de quatro manifestantes, que segundo o grupo haviam morrido no ataque.
Es Sider e Ras Lanuf, que podem produzir até 560 mil barris ao dia juntos, ou quase a metade da capacidade de exportação de 1,3 milhão de barris diários do país, estão paralisados há mais de um ano. Ainda assim, há neles grandes quantidades da commodity em estoque. Uma autoridade líbia do setor disse que o tanque que queimava tinha o equivalente a 500 mil barris.
O Estado Islâmico tomou o controle da cidade líbia de Sirte e aumentou a presença na cidade de Ajdabiya - ambas próximas aos terminais atacados -, segundo agentes de segurança. O grupo mostra-se também cada vez mais violento em Sabratah, que fica perto de um terminal de petróleo e gás líbio propriedade da italiana Eni, segundo funcionários do setor de segurança da Líbia e do Ocidente.
A produção de petróleo da Líbia é prejudicada pelo violento conflito entre facões rivais que buscam poder. O país já chegou a produzir 1,5 milhão de barris ao dia, mas agora consegue apenas menos de um terço desse montante, segundo a National Oil Co. Não está claro se o acordo de paz fechado por facções rivais líbias no mês passado pode ajudar a impulsionar o setor petrolífero do país.