A Bélgica passará a oferecer cursos para explicar a todos os demandantes de asilo que devem se comportar, respeitosamente, em relação às mulheres - anunciou o secretário de Estado para Asilo e Imigração, após relatos de agressões sexuais na Alemanha nas festas de Ano Novo.
"Vamos copiar o modelo norueguês e introduzir esses cursos nas próximas semanas em todos os nossos centros de acolhida", declarou à imprensa local o secretário Theo Francken, acrescentando que esses cursos já existem em vários centros para refugiados.
"O conteúdo pode ser mais amplo do que apenas a questão do respeito às mulheres. Trata-se de abordar as regras a respeitar, os valores europeus, o comportamento que se espera de cada um, etc.", detalhou a porta-voz de Francken, Datrien Jansseune.
O secretário é membro do partido nacionalista N-VA.
A iniciativa de Francken não agradou a ministra dos Direitos das Mulheres e da Igualdade de Oportunidades na parte francófona da Bélgica, a socialista Isabelle Simonis.
"Propor uma medida dessas na Bélgica é fazer um amálgama entre indicações feitas em uma investigação alemã e pessoas refugiadas. É um 'timing' inadequado, que esconde um racismo mal disfarçado", criticou a ministra, em um comunicado.
O chefe da Polícia de Colônia, no oeste da Alemanha, foi afastado do cargo hoje após a onda de agressões no Ano Novo nesta cidade. Entre os suspeitos, a maioria é refugiada.