Taiwan: candidato governista admite derrota em eleição presidencial

Com cerca de metade dos votos apurados, a candidata de oposição tinha cerca de 60% dos votos e se tornará a primeira mulher a assumir o cargo
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 16/01/2016 às 10:08
Com cerca de metade dos votos apurados, a candidata de oposição tinha cerca de 60% dos votos e se tornará a primeira mulher a assumir o cargo Foto: Foto: Sandy Cheng / AFP


Eric Chu, o candidato do partido governista Kuomintang (KMT), ou Partido Nacionalista, reconheceu a derrota para a candidata de oposição Tsai Ing-wen na eleição presidencial deste sábado em Taiwan. Tsai, do Partido Democrático Progressista, está prestes a se tornar a primeira mulher a presidir a ilha, em meio a preocupações de que a economia local está sob ameaça da China e da ampla oposição aos pedidos de Pequim por unificação política. Com cerca de metade dos votos apurados, a candidata de oposição tinha cerca de 60% dos votos, enquanto Chu contabilizava cerca de 30%.

"Nós falhamos. O Partido Nacionalista perdeu as eleições. Nós não trabalhamos duro o suficiente", afirmou Chu, diante de centenas de apoiadores na sede de sua campanha. "Como o presidente do Partido Nacionalista, preciso assumir o mais alto nível de responsabilidade. Caros amigos, Eric Chu pede desculpas a todos. Estou renunciando como chefe do partido."

O atual presidente Ma Ying-jeou cumpriu oito anos e estava impedido pela Constituição de concorrer a mais um mandato. O resultado do pleito para o Legislativo de 113 assentos permanece incerto.

Pequim até agora não fez comentários públicos sobre as perspectivas para uma presidência de Tsai. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hong Lei, disse em uma instrução regular na sexta-feira que Pequim continuará afirmando que Taiwan é parte da China. "Não importa o quanto a situação nas ilhas mude, esta posição não mudou e não mudará", disse.

Tsai, uma ex-professora de direito de 59 anos de idade, colocou a economia no centro de sua campanha, ao mesmo tempo comprometendo-se a não provocar Pequim e a respeitar acordos alcançados pela administração Ma. Ao atacar Tsai, os membros do KMT afirmavam que ela causaria uma crise nas relações com a China, prejudicando gravemente a economia de Taiwan.

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