O presidente da Rússia, Vladimir Putin, "provavelmente" aprovou o envenenamento do ex-espião da KGB Alexander Litvinenko em um hotel de Londres, concluiu um relatório britânico divulgado nesta quinta-feira. Um crítico do governo russo que se tornou cidadão britânico, Litvinenko morreu em 2006, após beber um chá que continha polônio radioativo.
O relatório desta quinta-feira, redigido pelo juiz aposentado Robert Owen, afirma que Litvinenko provavelmente foi assassinado por ordem do serviço de inteligência russo, o FSB, com conhecimento direto e aprovação de Putin e de Nikolai Patrushev, então diretor do FSB - órgão que sucedeu a KGB no país.
"Levando em conta toda a evidência e a análise disponível para mim, eu concluo que a operação do FSB para matar o Sr. Litvinenko foi provavelmente aprovada pelo Sr. Patrushev e também pelo presidente Putin", afirmou Owen nos capítulos finais do relatório de 327 páginas.
A aguardada investigação oferece o relato mais abrangente até agora sobre como Litvinenko morreu. As conclusões do texto, porém, podem prejudicar os já frágeis laços entre Moscou e Londres.
As relações entre os governos ocidentais e Moscou, prejudicadas pela queda do avião da Malaysia Airlines e pela intervenção russa na Ucrânia, devem ser testadas novamente, mesmo com diplomatas britânicos tentando conseguir a cooperação de Putin em relação à crise na Síria. Fonte: Dow Jones Newswires.