O Kremlin taxou nesta terça-feira (26) de "pura difamação" as acusações de corrupção feitas contra o presidente Vladimir Putin pelo Tesouro americano em uma reportagem da BBC, e desafiou Washington a apresentar provas concretas.
"Tudo isso não é mais que invenção e difamação, sem vínculo algum com a realidade", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov.
"Só não é mais que um novo exemplo típico do jornalismo irresponsável porque inclui comentários oficiais do Tesouro dos Estados Unidos", acrescentou.
Para o subsecretário do Tesouro americano encarregado da luta contra o terrorismo, Adam Szubin, o presidente russo foi corrompido.
"Nós o vimos enriquecer, seus amigos, seus aliados próximos, e marginalizar aqueles que ele não considera como seus amigos, usando os recursos do Estado", declarou Szubin ao programa "Panorama".
"Quer se trate da riqueza energética da Rússia, ou de outros contratos públicos, ele os distribui àqueles que ele acredita que vão lhe servir, em detrimento de outros. Para mim, é exatamente o que chamamos de corrupção", acrescentou.
Várias personalidades próximas de Vladimir Putin já são afetadas por sanções de Washington desde 2014, mas, segundo a BBC, esta é a primeira vez que o governo americano acusa o presidente em termos tão explícitos.
Szubin não quis comentar um relatório secreto da CIA, a Agência Central de Inteligência americana, citado pela BBC e que, em 2007, estimou a fortuna de Putin em US$ 40 bilhões. O subsecretário ressaltou, porém, que o presidente russo estaria constituindo "há vários anos" um patrimônio secreto.
"Ele receberia um salário do Estado de cerca de US$ 110 mil por ano. Isso não corresponde à sua real situação financeira, e ele tem uma longa experiência em maquiagem do estado real de suas finanças", insistiu Szubin.