Oito manifestantes, incluindo seis migrantes, serão julgados na França nesta segunda-feira (22) por terem subido à força em uma balsa do porto de Calais, um sinal da maior rigidez do governo, que deseja acabar com parte de um acampamento de migrantes da localidade.
Quase 4 mil migrantes - incluindo sírios, eritreus e sudaneses - vivem em condições precárias no acampamento de Calais, norte da França, à espera do momento oportuno para conseguir entrar no Reino Unido.
As autoridades francesas ordenaram a retirada de parte do acampamento de migrantes conhecido como a "Selva" de Calais antes de terça-feira às 19H00 GMT (16H00 de Brasília). Ao final do prazo, ameaçam a retirada à força.
A tensão em Calais aumentou nas últimas semanas, com manifestações de apoio ou contra os migrantes e o aumento das agressões.
No dia 23 de janeiro, após um protesto que exigia a abertura da fronteira com o Reino Unido, quase 50 migrantes forçaram uma cerca do porto de Calais e subiram a bordo de uma balsa procedente de Dover (Reino Unido), antes de serem expulsos.
Diante da inédita invasão no porto de Calais, pulmão econômico da região, o ministro francês do Interior Bernard Cazeneuve havia prometido "firmeza total do Estado".
Paralelamente a este julgamento, as autoridades francesas devem prosseguir com o esvaziamento do acampamento.
Depois de ter retirado no fim de janeiro, por motivos de segurança, quase 600 migrantes instalados nas proximidades do porto e de casas de residentes da cidade, o governo deseja agora desocupar a área sul do acampamento.
A organização britânica Help Refugees cita 3.450 pessoas afetadas por esta medida, incluindo 300 menores isolados, enquanto o governo menciona de 800 a 1.000 pessoas.