Ao chegar ao Peru, o presidente francês, François Hollande, contou ter tido uma conversa ao telefone, nesta terça-feira (23), com os governantes dos Estados Unidos, Alemanha e Grã-Bretanha sobre o cessar-fogo na Síria.
"Foi anunciado um cessar-fogo, que deve ser absolutamente respeitado" o quanto antes, declarou o chefe de Estado francês à imprensa em Lima, referindo-se à conversa entre os governantes que durou cerca de uma hora, segundo o Palácio do Eliseu.
Destacando que visita o Peru "em um contexto internacional particularmente denso", Hollande disse que ele, o presidente americano, Barack Obama, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron vão "coordenar esforços" para "permitir a transição política" na Síria.
Em um comunicado, o Eliseu ainda destacou que os quatro políticos "desejaram que o acordo sobre o cessar de hostilidades entre em vigor o mais rápido possível".
"Eles insistiram na urgência de tomar todas as medidas necessárias para dar fim à crise humanitária, em particular em Aleppo", completou a presidência francesa, referindo-se à cidade sitiada pelas forças do líder Bashar al-Assad.
O governo sírio aceitou, nesta terça-feira (23), a proposta de Estados Unidos e Rússia de suspender fogo, embora continue combatendo os "grupos terroristas" excluídos do acordo, como a organização extremista Estado Islâmico (EI), tendo sido um anúncio recebido com ceticismo pelos rebeldes.
O acordo pede pelo "cessar das hostilidades" entre as forças leais ao presidente Al-Assad e os grupos opositores.
A trégua, que entrará em vigor no sábado, à meia-noite de Damasco (19h de sexta-feira, no horário de Brasília), exclui o EI e a Frente al-Nusra, braço sírio da Al-Qaeda. Ambos controlam grande parte do território sírio.
Ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, assegurou que Moscou, aliado militar do governo sírio, "fará o necessário" para que Damasco respeite o cessar dos combates. Putin disse esperar que os Estados Unidos "façam o mesmo" com os grupos rebeldes.