A Argentina se desvinculou da rede de televisão Telesur, fundada pela Venezuela em 2005, por sentir-se alheia àss decisões financeiras e jornalísticas, confirmou nesta segunda-feira (28) o ministro da Comunicação, Hernán Lombardi.
"O Estado (argentino) não tinha a mínima ingerência nas questões financeiras e jornalísticas", disse Lombardi à rádio Vorterix. A Telesur foi criada pelo falecido ex-presidente venezuelano Hugo Chávez há 11 anos.
Na época, Chávez mantinha vínculos políticos com governos de esquerda ou centro-esquerda da região, entre eles o de outro falecido presidente, o argentino Néstor Kirchner (2003-2007).
"Não é que o sinal (Telesul) vai desaparecer. Mas não descarto queq deixe de passar pelo sistema de Televisão Digital Argentina (TDA, estatal), porque se está reorganizando toda a grade", afirmou o ministro do governo de centro-direita de Mauricio Macri.
Lombardi afirmou que redes como "Telesur ou RusiaToday não mostram claramente o pluralismo a que nós aspiramos".
"A Argentina era um sócio que não tinha capacidade de opinar, de nenhum tipo. Assim, nos pareceu pertinente sair desta sociedade", disse.
Ele admitiu, no entanto, que "é interessante um projeto sul-americano de televisão, mas tem que ser no marco de um pluralismo, que evidentemente no caso Telesur não existia".
A Telesur está integrada agora pelos governos da Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua, Uruguai e Venezuela.
Seu propósito declarado é ser "uma voz alternativa aos meios de comunicação com linha hegemônica e neoliberal".