O prefeito de Bruxelas, Yvan Mayeur, lamentou nesta terça-feira a libertação por parte da justiça belga de Fayçal Cheffou, que ele considera um agitador e possível recrutador de jihadistas, apesar de ter sido liberado do caso dos atentados de Bruxelas. "A fronteira está entre um radical agitado e um radical recrutador, e certamente o magistrado não quis cruzar a fronteira", disse Mayeur à rádio francesa France Inter.
Cheffou, de 30 anos, a princípio suspeito de ser o "homem de chapéu" do aeroporto de Bruxelas-Zaventem, foi libertado na segunda-feira, sem condições. Ele continua acusado de crimes de terrorismo, enquanto o procedimento segue o curso. Este homem, que se apresenta como jornalista independente, chamou a atenção com um vídeo militante publicado na internet em meados de 2014. Em 2015, as autoridades locais suspeitaram que ele recrutava candidatos à jihad entre os vários refugiados instalados em um parque de Bruxelas.
"Este personagem veio agitar os refugiados, brigou com os representantes de ONGs, Médicos do Mundo, o Samu (serviço de ajuda) social, a plataforma cidadã que estava no local e, várias vezes, pedi uma intervenção", disse o prefeito.
"Solicitei a um magistrado, que rejeitou a intervenção e, de forma excepcional, tive que pedir uma ordem de proibição do local", completou. O prefeito de Bruxelas está em Paris para debater as medidas adotadas após os atentados na capital belga que deixaram 35 mortos e 340 feridos.