Bélgica divulga novas imagens e pede ajuda para achar 3º suspeito

Há mais de duas semanas, desde os ataques, a perseguição ainda não obteve resultados
Da AFP
Publicado em 07/04/2016 às 16:00
Há mais de duas semanas, desde os ataques, a perseguição ainda não obteve resultados Foto: Foto: Seppe KNAPEN/ Belga AFP


A procuradoria federal belga difundiu novas imagens e lançou nesta quinta-feira (7) um novo apelo a testemunhas para localizar o "homem do chapéu", o suspeito dos atentados de Bruxelas, que fracassou em detonar a terceira bomba no aeroporto internacional da cidade.

Após mais de duas semanas de perseguição sem obter resultados desde os ataques que deixaram 32 mortos em 22 de março, um porta-voz da procuradoria federal belga, Thierry Werts, fez um novo apelo à população durante uma coletiva de imprensa. 

A procuradoria difundiu nas redes sociais e na internet um vídeo no qual se vê o suspeito, captado por diferentes câmaras de segurança, fugindo do aeroporto da capital belga quando as outras bombas já havia sido detonadas.

O suspeito deixou o aeroporto depois que as bomas explodiram. Ele atravessou a localidade de Zaventem, onde se encontra o aeroporto, e continuou a pé até Bruxelas, deixando pelo caminho seu casaco de cor clara.

É possível vê-lo falando ao celular enquanto foge, sem correr.

A procuradoria também publicou um mapa que mostra seu itinerário e as horas em que as câmeras de segurança que o registraram.

O chamado "homem do chapéu" chegou a uma rua situada a apenas 900 metros das instituições europeias e da estação de metrô de Maalbeek, onde também explodiu uma bomba em 22 de março.

"Sua roupa poderia fornecer importantes pistas se fosse encontrada", ressalta o pedido das autoridades.

Nesta investigação com múltiplas ramificações europeias, um primeiro homem, Fayçal Cheffou, detido em 24 de março, era suspeito, com base em um testemunho, de ser o terceiro terrorista do aeroporto. Mas a investigação posterior não confirmou essas suspeitas e ele foi libertado em 28 de março.

Outro homem, de origem paquistanesa, também chegou a ser suspeito, mas foi libertado depois de vinte e quatro horas.

Única certeza, os três homens-bomba - Ibrahim El Bakraoui e Najim Laachraoui no aeroporto, Khalid El Bakraoui no metro Bruxelas - estão diretamente relacionados com os autores dos ataques que fizeram 130 mortos e centenas de feridos em 13 de novembro, em Paris.

Também estão ligados ao suspeito-chave Salah Abdeslam, que preparou a logística da carnificina parisiense, preso em 18 de março, em Bruxelas, depois de mais de quatro meses foragido.

Os irmãos El Bakraoui também alugaram apartamentos que serviram de esconderijos na Bélgica para os comandos de 13 de novembro. Quanto a Laachraoui, ele é considerado como o artífice da célula terrorista que cometeu os massacres em Paris e Bruxelas.

Duas outras pessoas procuradas

Além disso, um homem, conhecido sob a falsa identidade de Naim Al Hamed, tem chamado a atenção dos investigadores belgas.

De acordo com uma fonte próxima à investigação, as suas impressões digitais foram encontradas no apartamento de Bruxelas de onde partiram os extremistas do aeroporto, e onde 15 quilos de explosivos foram encontrados.

Suas impressões digitais revelaram que ele havia se infiltrado em meio aos migrantes que  passaram pela ilha grega de Leros em 20 de setembro.

Finalmente, a justiça belga procura um homem que falou com Khalid El Bakraoui no metrô, pouco antes do ataque suicida. Mas nada indica, neste momento, que estaria envolvido com os membros do comando de Bruxelas.

Três indivíduos, Yassin A., Mohamed B. e Abubaker O., foram presos no dia 27 de março e sua detenção prolongada nesta quinta-feira.

"Eles fariam parte do círculo de amigos dos irmãos El Bakraoui", de acordo com uma fonte próxima à investigação. Mas os promotores não confirmam esta informação e se recusam a dizer se eles poderiam estar envolvidos nos assassinatos de 22 de março.

De acordo com o ministério da Saúde belga, 57 pessoas feridas no aeroporto de Zaventem e na estação de metrô de Maelbeek ainda estão hospitalizados, e 28 seguem em cuidados intensivos.

Em um comunicado, a ministra da Saúde, Maggie De Block, indicou que equipes médicas "começaram a atuar no apoio psicológico" dos pacientes, a fim de "ajudá-los neste longo processo de cura mental".

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