As principais organizações de direitos humanos definiram nesta segunda-feira (11) a “agenda” do próximo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), defendendo que ele deve se comprometer com uma nova abordagem global para os refugiados e acabar com a pena de morte. A Amnistia Internacional, o Observatório dos Direitos Humanos e quatro outros grupos também consideraram que o próximo chefe das Nações Unidas deve estar preparado para invocar a carta da ONU para prevenir e acabar com atrocidades em massa, como as que têm civis como alvos em guerras.
“O mundo precisa de um secretário-geral forte, que se levante contra os países que cometem violações dos direitos humanos”, declarou Salil Shetty, secretária-geral da Amnistia, em comunicado. “As Nações Unidas não podem cumprir o seu mandato se não colocarem os direitos humanos no centro de toda a sua atividade”, acrescentou.
A “agenda”, com um total de oito pontos, delineada pelos grupos de defesa dos direitos humanos, foi divulgada quando os candidatos à sucessão de Ban Ki-moon se preparam para responder perguntas da assembléia geral das Nações Unidas, uma novidade na história de 70 anos da ONU. Apesar de o secretário-geral ser eleito pela assembléia geral da ONU, tradicionalmente, o processo era controlado nos bastidores pelas potências do Conselho de Segurança da ONU, que acabava por recomendar um candidato.
No entanto, a ONU quer mais transparência no processo e anunciou que a assembléia geral iniciará a partir de desta terça-feira, dia 12, as primeiras entrevistas com os aspirantes ao cargo. Há oito candidatos à liderança das Nações Unidas - e quatro são mulheres.