Satélites são lançados na sexta para investigar a Terra

O satélite aporta imagens de mares e oceanos para elaborar mapas dos gelos ou detectar eventuais vazamentos de hidrocarbonetos
Da AFP
Publicado em 22/04/2016 às 16:36
O satélite aporta imagens de mares e oceanos para elaborar mapas dos gelos ou detectar eventuais vazamentos de hidrocarbonetos Foto: Foto: Sérgio Montenegro Filho/Divulgação


Dois satélites serão lançados nesta sexta-feira (22) por um foguete russo Soyuz da base da Guiana francesa para realizar duas ambiciosas missões para a Europa: investigar a Terra e desafiar um princípio da teoria de Einstein.

O lançamento do Centro Espacial guianês está previsto para as 18H02 locais, horário de Kourou (18H02 de Brasília).

O satélite europeu Sentinel-1B é um irmão gêmeo do Sentinel-1A, lançado há dois anos. Equipados cada um com um radar, aportarão imagens da superfície da Terra dia e noite, sejam quais forem as condições meteorológicas.

Os dados do Sentinel-1A já começaram a ser explorados.

O satélite aporta imagens de mares e oceanos para elaborar mapas dos gelos ou detectar eventuais vazamentos de hidrocarbonetos.

Permite observar, ainda, usos do solo na Terra e flagrar deslizamentos de terrenos.

A missão permitirá, ainda, uma reação mais rápida a inundações e terremotos.

Assim que o Sentinel-1B estiver em órbita, a uma altitude de 686 km, o satélite investigará cada região da Terra a cada seis dias.

Esta missão faz parte do ambicioso programa Copérnico, da União Europeia, para a vigilância ambiental. Inclui vários tipos de satélites Sentinel, que funcionarão em pares.

A União Europeia e a Agência Espacial Europeia destinaram 5 bilhões de euros ao financiamento deste tipo de satélites e seu lançamento ao longo de 20 anos.

Microscope ou a arte da queda livre

O Soyuz também lançará ao espaço um microssatélite francês Microscope, com o qual se espera encontrar uma falha na teoria da relatividade elaborada por Albert Einstein há um século.

O Microscope está encarregado de analisar no vácuo e no espaço a universalidade da queda livre com uma precisão cem vezes maior do que na Terra.

Microscope é o acrônimo em francês de Micro-Satellite à traînée Compensée pour l'Observation du Principe d'Equivalence, ou Micro-Satélite com arrastro controlado para a Observação do Princípio de Equivalência (em tradução livre).

O objetivo é verificar o Princípio de Equivalência entre a gravitação e a aceleração, com base no qual Einstein construiu sua teoria. O Microscope estudará o movimento relativo de dois corpos, realizando uma queda livre a mais perfeita possível.

Em Terra, o princípio de equivalência foi verificado com um grau de precisão relativa da ordem do 13º decimal. O Microscope conta ir até o 15º decimal, ou seja, a relação da massa de uma mosca pousada na ponte de um petroleiro de grande porte com 500.000 toneladas.

"Se o Microscope encontrar uma violação do Princípio da Equivalência, será um momento muito importante na evolução da física", uma vez que "saberemos que a teoria da relatividade de Einstein não é uma descrição completa da gravitação, mas há forças que contribuem para ela", explica o físico francês Thibault Damour.

O Microscope, que tem massa de 300 quilos, será posto em órbita a uma altitude de 711 km.

O foguete russo levará também três "Cube-Sats", nanossatélites em forma de cubo criados por estudantes europeus no âmbito do programa "Fly Your Satellite", da agência europeia, que tem como objetivo incentivar as vocações científicas.

TAGS
satélite Europa terra
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory