Exército americano lança ciberataque contra Estado Islâmico

Já há algum tempo oficiais americanos defendem a importância de usar técnicas cibernéticas, como sobrecarregar as redes do EI
AFP
Publicado em 26/04/2016 às 21:04
Já há algum tempo oficiais americanos defendem a importância de usar técnicas cibernéticas, como sobrecarregar as redes do EI Foto: Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas


O Exército dos EUA está lançando ataques virtuais contra o grupo Estado Islâmico (EI) - informou o general americano Peter Gersten nesta terça-feira (26), no momento em que o Pentágono procura maneiras de acelerar a luta contra os extremistas.

A coalizão liderada pelos Estados Unidos tem bombardeado combatentes do EI no Iraque e na Síria desde agosto de 2014. Já há algum tempo oficiais americanos defendem a importância de usar técnicas cibernéticas, como sobrecarregar as redes do EI, para limitar as comunicações do grupo e sua capacidade de alcançar novos potenciais recrutas.

"Agora começamos a usar nossas extraordinárias capacidades virtuais nessa luta contra o Daesh (acrônimo do EI em árabe)", disse Gersten, referindo-se apenas a um esforço "altamente coordenado", que tem sido "bastante efetivo".

Em fevereiro passado, o secretário americano da Defesa, Ashton Carter, e o chefe do Estado-Maior, general Joe Dunford, declararam que os EUA estão determinados a "acelerar" a campanha contra o EI e que a guerra eletrônica desempenharia um papel crescentemente importante nisso.

No início deste mês, o subsecretário da Defesa, Robert Work, relatou: "estamos lançando ciberbombas no EI".

No domingo, o jornal "The New York Times" publicou que o Cibercomando dos EUA fez "implantes" nas redes do EI e, através deles, será possível monitorar o comportamento do grupo, imitar e alterar as mensagens de seus comandantes. Com isso, seria possível direcionar os combatentes para áreas a serem atingidas por "drones", ou por ataques aéreos.

O Cibercomando é responsável por proteger as redes do Exército americano e algumas redes civis de ataques virtuais, além de mobilizar suas próprias estratégias de ofensiva virtual, se necessário.

Até 2018, haverá mais de 6.000 especialistas técnicos militares e civis trabalhando em 133 equipes. Um desses times, com 65 pessoas, atua hoje no Oriente Médio e realiza operações virtuais contra as redes do EI.

O almirante Michael Rogers, à frente do Cibercomando e da Agência de Segurança Nacional, deu uma breve declaração nesta terça.

"Reconhecemos, publicamente, que estamos usando o virtual como outra ferramenta contra o Isil", disse Rogers em uma conferência sobre cibersegurança na Georgetown University, referindo-se ao EI.

"Quero que tenham consciência: vamos brigar com vocês no campo de batalha cinético. Vamos brigar com vocês com a dinâmica da informação. Estamos comprometidos com essa luta", insistiu.

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