Pelo menos 16 pessoas foram mortas em ataques reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI) que atingiram um café e depois as forças de segurança na cidade de Balad, ao norte de Bagdá, informaram as autoridades iraquianas nesta sexta-feira (13).
"Um grupo de homens armados do Daesh (acrônimo em árabe do EI), todos vestindo uniformes das forças de segurança, atacou, por volta da meia-noite, um café em Balad, lançando granadas e disparando armas de fogo", declarou à AFP Ammar Hekmat al-Baldawi, vice-governador da província de Salaheddin.
"Eles fugiram para uma área agrícola próxima, e se explodiram quando as forças de segurança e moradores locais se aproximaram para detê-los", explicou, acrescentando que o ataque ocorreu por volta da meia-noite (18h00 de quinta-feira no horário de Brasília).
"Havia cinco ou seis atacantes, quatro dos quais se explodiram. A caça continua, porque nós acreditamos que pode haver dois em fuga", indicou Baldawi.
Segundo ele, 16 pessoas foram mortas nesses ataques, incluindo vários membros da polícia e das forças paramilitares dos Hached al-Chaabi (unidades de mobilização popular), que consiste principalmente de milícias xiitas.
Desta vez, o modus operandi é diferente dos últimos atentados suicidas com carros-bomba realizados pelo EI, a fim de causar o máximo de mortes nas cidades xiitas.
Pelo menos 94 pessoas foram mortas em três atentados suicidas na última quarta-feira em Bagdá, os ataques mais mortais na capital iraquiana desde o início do ano.
Balad é uma cidade localizada 80 km ao norte de Bagdá, cuja população é majoritariamente xiita, mas é cercada por muitas zonas rurais de maioria sunita.
De acordo com um coronel da polícia, que pediu anonimato, o tiroteio no café causou 12 mortes, enquanto dois policiais e dois membros dos Hached foram posteriormente mortos nas explosões provocadas pelos terroristas.
Um médico do hospital de Balad forneceu a mesma avaliação do ocorrido.
O EI reivindicou o ataque em um comunicado publicado nas redes sociais, afirmando que um comando de três jihadistas atacou uma reunião de membros dos Hached, abrindo fogo e matando muitos deles, antes de um jihadista explodir quando os serviços de emergência estavam tentando evacuar os feridos.
De acordo com o EI, os dois outros criminosos fizeram várias outras mortes ativando seus cintos explosivos.
O grupo jihadista afirmou que o ataque faz parte de uma campanha para honrar Abdel Rahman al-Qadouli, morto em março por um ataque da coalizão internacional anti-jihadista que o apresentou como número dois do EI.
Os recentes ataques no Iraque acontecem num momento em que o país é abalado por uma grave crise política. Vários partidos se opõem aos planos do primeiro-ministro de estabelecer um governo de tecnocratas por medo de perder alguns dos seus privilégios.
Também acontece após o EI perder terreno ao abandonar várias cidades, incluindo Ramadi e Tikrit, cujo controle foi recuperado pelas forças iraquianas apoiadas por ataques aéreos da coalizão internacional sob comando dos Estados Unidos.
Mas os jihadistas conservam importantes redutos, incluindo Mossul, a segunda maior cidade do país, e ainda têm a capacidade de atacar Bagdá e outras áreas predominantemente xiitas.