Astrônomos observam evento inédito em enorme buraco negro

Com ajuda do telescópio ALMA, equipe de astrônomos conseguiu observar pela primeira vez como um buraco negro maciço se alimentava de um acúmulo de nuvens de gás intergalático
AFP
Publicado em 08/06/2016 às 20:25
Com ajuda do telescópio ALMA, equipe de astrônomos conseguiu observar pela primeira vez como um buraco negro maciço se alimentava de um acúmulo de nuvens de gás intergalático Foto: Foto: NASA/JPL-Caltech


Uma equipe de astrônomos conseguiu observar pela primeira vez como um buraco negro maciço se alimentava de um acúmulo de nuvens de gás intergalático, um fabuloso fenômeno climático cósmico avistado graças ao telescópio ALMA, localizado no norte do Chile.

Os astrônomos captaram o grande buraco negro, localizado no centro de uma gigantesca galáxia a um bilhão de anos-luz da Terra, no momento em que engolia um "dilúvio intergalático", o que se constitui na prova de um novo hábito alimentício destes buracos negros.

Até agora, os especialistas acreditavam que os buracos negros supermaciços se alimentavam de gás ionizado procedente da luminosidade da galáxia, um processo conhecido pelos especialistas como 'acreção'.

Mas "a nova observação do ALMA mostra que, quando são dadas as condições climáticas, os buracos negros também podem absorver acúmulos gigantes e caóticos de nuvens de gás molecular muito frio", indicou um comunicado divulgado nesta quarta-feira pelo observatório, localizado no deserto do Atacama.

"Esta é uma das primeiras provas claras que um observatório nos proporciona sobre um buraco negro supermaciço que se alimenta de uma fria e caótica chuva", afirma Frent Tremblay, astrônomo da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, que participou do achado.

Segundo Tremblay, as nuvens frias e densas podem se fundir a partir do gás intergalático quente e cair diretamente no coração de uma galáxia onde o buraco negro central passa a se alimentar.

O telescópio ALMA conseguiu captar três nuvens de gás que viajavam a uma velocidade de 300 quilômetros por segundo para serem devoradas pelo buraco negro. Os astrônomos sustentam que podem haver mil nuvens parecidas nas proximidades que poderiam continuar alimentando o buraco negro por muito mais tempo.

Os astrônomos pretendem usar o ALMA para continuar buscando estas "chuvas" em outras galáxias, com o objetivo de determinar se trata-se de um fenômeno tão comum como é sugerido pela teoria atual.

Esses resultaram aparecerão na revista especializada Nature em 9 de junho de 2016.

O Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), é na atualidade o maior rádio-telescópio do mundo, está localizado no norte do país, conta com 66 antenas e é controlado por uma associação internacional da Europa, América do Norte e do leste da Ásia em colaboração com Chile.


TAGS
astronomia buracos negros
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory