A França assegura ter tomado todas as precauções para a segurança da Eurocopa-2016 que começa nesta sexta-feira(10) , principalmente diante da ameaça de atentados, seja em estádios ou lugares de concentração dos fãs e das equipes.
França, o principal alvo do EI
Sete meses depois dos atentados que atingiram Paris, a ameaça extremista segue sendo "elevada", afirma o governo. Nesse contexto, a Eurocopa-2016 é "um alvo potencialmente atrativo, tanto para as organizações terroristas como para pessoas radicais.
No fim de semana, o presidente francês, François Hollande, advertiu que a ameaça de um atentado "existe", mas que não se pode deixar "intimidar".
Hollande assinalou que a mobilização das forças de segurança tem sido suficientes para "garantir a segurança".
No entanto, segundo os encarregados do combate anti-terrorista, "todos os sinais estão vermelhos".
"A França é claramente o país mais ameaçado", afirmou o diretor-geral de Segurança Interior (DGSI), Patrick Calvar.
Um importante funcionário dos serviços de segurança disse, sob anonimato, que existem comandos na Europa e ninguém conhece nem sua composição, nem sua localização."
"As células que caíram em Bruxelas não apontavam contra o aeroporto e o metrô, pensavam em Paris", explicou, dizendo que outro motivo de ameaça é o fato de que o grupo Estado Islâmico (EI) perdeu terreno, e que "vai buscar ações, lá ou na França".
Mas a ameaça não se restringe aos extremistas, já que os serviços de segurança ucranianos informaram na segunda-feira (6) que detiveram um francês que preparava até 15 atentados durante o torneio. O indivíduo tinha motivações tanto contra os muçulmanos, como contra os imigrantes.
Mais de 90.000 pessoas mobilizadas
Cerca de 90.000 policiais, guardas civis e agentes de segurança serão mobilizados para garantir a segurança nos estádios e nas 'fan-zones' de 10 cidades que abrigam a competição e que receberão mais de mil torcedores.
Os organizadores, encarregados da segurança dentro dos recintos, estimam que contarão com 10.000 a 15.000 agentes.
O responsável da segurança da Eurocopa-2018, Ziad Khoury, disse que realizou simulações de atentados.
"Um dispositivo anti-drones (veículo aéreo não-tripulado) muito importante e inovador" será implementado, informou Khoury.
Vigilância extrema nas 'fan zones'
As 'fan-zones', criticadas pela direita que acredita fazer parte de um alvo notório, têm previsto abrigar até sete milhões de visitantes que poderão ver as transmissões ao vivo em cada uma das cidades.
Estarão sob vigilância e o acesso será filtrado. A maior delas, que se estende pelo parque parisiense Campo de Marte, pode abrigar até 92.000 pessoas.
Mas, outros alvos, com os cafés e restaurantes, atingidos nos atentados de 13 de novembro, vão agregar muitas pessoas.
"O número de atentados é infinito. Se mil alvos forem protegidos, o 1.001 vai ser ameaçado", adverte uma fonte policial. "Passar em um carro e disparar contra uma multidão está ao alcance de muita gente", acrescentou.
Nesta quarta-feira, o governo lançou um aplicativo para celulares que alerta os usuários em caso de atentado.
A ameaça dos "hooligans"
Além da ameaça dos atentados, as autoridades terão que fazer frente, como em todas as outras competições, ao risco de transbordamento de grupos de torcedores violentos. Vários países que competem contam com agrupamentos violentos entre eles Rússia, Croácia, Inglaterra e Alemanha.
Cerca de 180 policiais dos 23 países que participaram foram preparados para ajudar a identificar os "hooligans".
O governo também tomou medidas administrativas para impedir a entrada na França de torcedores violentos que estão proibidos de entrar nos estádios de seu país de origem.