Estudantes e policiais se enfrentam em Caracas após protesto por referendo

Com os rostos cobertos, cerca de 40 alunos da Universidade Central da Venezuela (UCV) participaram da mobilização
AFP
Publicado em 09/06/2016 às 18:25
Com os rostos cobertos, cerca de 40 alunos da Universidade Central da Venezuela (UCV) participaram da mobilização Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP


Estudantes universitários enfrentavam nesta quinta-feira (9) com pedras e bombas incendiárias membros das forças de segurança que horas antes barraram uma marcha rumo ao organismo eleitoral de Caracas para exigir um referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro.

Com os rostos cobertos, cerca de 40 alunos da Universidade Central da Venezuela (UCV) - a principal do país - também atiraram garrafas contra uma centena de policiais e militares da Guarda Nacional da porta do centro educacional, na zona leste da capital, constataram jornalistas da AFP.

Os militares, usando equipamentos antimotim, responderam com bombas de gás lacrimogêneo e jatos d'água, sem que até o momento tenham sido reportados feridos ou detidos.

As forças de segurança estão proibidas de entrar nas instituições educacionais, em respeito à chamada "autonomia universitária".

Os confrontos tiveram início após uma mobilização de estudantes da UCV, que tentaram sem sucesso chegar à sede do Centro Nacional Eleitoral (CNE), no centro de Caracas.

Policiais e militares praticamente cercaram o local de onde a passeata sairia, sem que tenham sido registrados confrontos.

Um grupo de deputados da oposição também foi impedido pelas forças de segurança de entrar no prédio do CNE, gerando confrontos com partidários governistas, que agrediram o líder da majoritária bancada da Mesa de Unidade Democrática (MUD), Julio Borges.

As manifestações desta quinta-feira exigiram do CNE - ao qual a oposição acusa de estar sob controle do governo - definir o cronograma para a validação de assinaturas entregues como requisito para ativar o revogatório.

A Venezuela vive há dias uma onda de protestos motivada pela crise política e econômica que afeta o país, frente à qual a MUD promove o referendo para tirar o presidente Maduro, eleito até 2019, do poder.

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