União Europeia e Estados Unidos fizeram um apelo à Turquia para que respeite o estado de direito na investigação do golpe de Estado frustrado contra o presidente Recep Tayyip Erdogan, declarou nesta segunda-feira (18) em Bruxelas o secretário de Estado americano, John Kerry.
"Nós pedimos com firmeza ao governo da Turquia que mantenha a calma e a estabilidade no país", declarou Kerry em uma entrevista coletiva.
"Também pedimos ao governo da Turquia que respeite as instituições democráticas da nação e o estado de direito", completou, após uma reunião com os ministros das Relações Exteriores da UE.
Ao mesmo tempo, a chefe da diplomacia do bloco, a italiana Federica Mogherini, advertiu que a introdução da pena de morte na Turquia encerraria as negociações de adesão à UE.
"Nenhum país pode aderir à UE se introduzir a pena de morte", disse Mogherini, ao comentar uma medida citada no domingo por Erdogan.
O governo alemão fez a mesma advertência a Turquia.
Ao mesmo tempo, Kerry disse que o governo turco deve apresentar "provas" sobre a eventual participação no golpe do pregador turco Fethullah Gülen, que mora nos Estados Unidos, acusado pelo governo turco de ser o principal instigador da tentativa de golpe.
Gülen dirige o poderoso movimento Hizmet ("Serviço"), que na Turquia dispõe de escolas, ONGs e empresas.
Gülem é o principal inimigo de Erdogan, que no sábado o acusou de ter organizado o golpe e solicitou sua extradição aos Estados Unidos.