A organização WikiLeaks informou nesta quarta-feira (20) o bloqueio de seu site em todo o território da Turquia, após a publicação da primeira parte de um conjunto de documentos relativos ao partido que governa o país. WikiLeaks é uma organização sem fins lucrativos, sediada na Suécia, que publica, em sua página na internet, postagens de fontes anônimas.
“WikiLeaks recebeu uma determinação sobre o bloqueio [do site] em toda a Turquia, após a publicação de 300 mil correspondências eletrônicas do partido de Erdogan [presidente turco]” – diz um comunicado da organização, publicado em sua página oficial no Twitter.
Anteriormente, o portal havia anunciado que tornaria públicos mais de 100 mil documentos que revelam a estrutura política do atual governo da Turquia. Mais tarde, no entanto, a informação foi atualizada, sendo ao todo 500 mil documentos e 300 mil correspondências eletrônicas a serem publicadas.
Na noite de sexta-feira (15), as autoridades turcas anunciaram que o país estava sofrendo uma tentativa de golpe militar. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, convocou o povo às ruas para “defender a democracia” e responsabilizou o clérigo opositor turco Fethullah Gulen de orquestrar o golpe a partir dos Estados Unidos, onde vive.
O levante foi reprimido ainda na madrugada de sábado (16), com o primeiro-ministro turco Binali Yildirim afirmando que todos os golpistas haviam sido identificados e seriam punidos. Mais de 290 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas durante os eventos. Até agora, quase 6 mil pessoas já foram detidas por suspeita de envolvimento no golpe fracassado. Fethullah Gulen nega todas as acusações contra ele.