Ao menos treze pessoas, incluindo sete criminosos, morreram neste domingo (31) em dois atentados com carro-bomba contra o quartel-general do departamento de investigação criminal da polícia somali em Mogadíscio, a capital do país, indicou uma fonte oficial.
Um balanço anterior informava sobre quatro mortos.
"Os sete homens armados foram abatidos. Alguns foram mortos pelas forças de segurança e outros se imolaram", declarou em uma coletiva de imprensa o ministro da Segurança somali, Abdirasak Omar Mohamed.
"Cinco civis morreram na estrada e um policial, o que deixa um balanço geral de treze mortos", acrescentou.
"Elementos terroristas lançaram dois carros repletos de explosivos contra o quartel-general do CID (Criminal Investigations Department) e há vítimas", disse à AFP um responsável de segurança, Ibrahim Mohamed.
O CID, situado perto de um cruzamento chamado KM4, um lugar muito movimentado no centro de Mogadíscio, abriga com frequência detidos acusados de pertencer aos shebab, um grupo islamita radical.
O ataque não foi reivindicado, mas os shebab, afiliados a Al-Qaeda, costumam realizar este tipo de operações na capital somali.
"Um dos veículos se chocou contra uma esquina do edifício e o outro perto da porta de entrada. Havia fumaça e poeira, era um caos, mas não tenho detalhes", explicou uma testemunha, Abukar Osman.
Trata-se do segundo atentado importante nesta semana em Mogadíscio. Na terça-feira, ao menos 13 pessoas morreram perto do aeroporto em um duplo atentado suicida com carro-bomba, reivindicado pelos shebab.
Os shebab utilizam com frequência carros-bomba. Primeiro os detonam e depois costuma entrar em ação um comando armado para deixar o maior número de vítimas possível.
Nos últimos meses os insurgentes utilizaram este modus operandi em ataques contra vários hotéis da capital somali.
O último deles ocorreu em 25 de junho contra o hotel Naasa Hablood, também situado perto do cruzamento KM4, e deixou ao menos 11 mortos.
No início de junho um ataque similar contra o hotel Ambassador, no mesmo bairro, deixou dez mortos após mais de 12 horas de confrontos entre os criminosos e as forças de segurança.
Os shebab foram expulsos de Mogadíscio em agosto de 2011 pelas forças somalis, apoiadas pela força da União Africana na Somália (Amisom), mobilizada desde 2007 e que conta com 22.000 homens.
Depois os islamitas perderam a maioria de seus redutos, mas seguem controlando amplas zonas rurais, de onde lançam suas operações de guerrilha e seus atentados suicidas, muitas vezes na capital.