Abubakar Shekau, um dos líderes do movimento islamita nigeriano Boko Haram, agora afiliado ao Estado Islâmico (EI), e que aparentemente tinha sido expulso da direção, reapareceu em uma mensagem de áudio publicada nesta quinta-feira (4).
"As pessoas devem saber que ainda estou por aqui. Nunca vamos semear a discórdia entre as pessoas, vivemos segundo o Corão", afirmou Shekau na mensagem de dez minutos.
"É nossa postura e continuamos sendo Jama'atu Ahlissunnah Lidda'awati Wal Jihad," afirmou, usando o nome islâmico do Haram e não o do EI.
Desde que o Boko Haram jurou fidelidade ao EI há muitas dúvidas e confusão sobre quem dirige o movimento islamita nigeriano.
A voz de Shekau foi reconhecida por um jornalista da AFP, que ouviu mensagens anteriores postadas em redes sociais.
Yan St-Pierre, um especialista do Modern Security Consulting Group (Mosecon), com sede em Berlim, também confirmou a voz de Shekau.
"Até agora sabíamos que havia divisões dentro do Boko Haram, agora essas divisões são públicas. A mensagem de Shekau se refere a Boko Haram com seu antigo nome, mas, ao mesmo tempo, inclui alguns elementos da propaganda do EI, como se quisesse tranquilizar os antigos combatentes e as bases, mas sem negar sua lealdade a Al Bagdadi", líder do EI, explicou.
A mensagem de Abubakar Shekau é uma resposta aos rumores de que teria sido expulso e substituído por Abu Musab al Barnawi, que foi porta-voz do EI.
Shekau virou líder do Boko Haram em 2009 depois da morte do fundador do grupo, Mohammed Yusuf.
As ações do movimento deixaram cerca de 20.000 mortos e 2,6 milhões de refugiados.