A Hungria afirmou nesta terça-feira (3) que legislará para proibir as "realocações coletivas" de migrantes, depois que no referendo do fim de semana os eleitores se pronunciaram contundentemente a favor da política do governo de direita, contrária ao plano da União Europeia (UE).
"Já que 98% votaram 'Não' à imposição para realocar os migrantes, o resultado do referendo precisa ser desenvolvido como lei", disse à imprensa em Budapeste o primeiro-ministro, Viktor Orban, embora a consulta tenha ficado invalidada por falta de quórum.
Orban obteve a esmagadora maioria de 98,3% dos eleitores que foram votar, mas com uma quota de participação de 39,8% dos oito milhões de inscritos o resultado da consulta ficou invalidado.
O primeiro-ministro sustenta que o resultado, mesmo sem quórum, reflete o amplo apoio dos eleitores a sua política, segundo a qual cabe aos húngaros "o direito de decidir" em matéria de política migratória.
Dos 8,22 milhões de eleitores, 3,22 milhões disseram "Não" às quotas de refugiados.
Na segunda-feira, Orban disse que a proibição será aplicada aos futuros planos de realocação, mas não aos que já estão em andamento.
No ano passado, os países da UE aprovaram redistribuir os 160.000 solicitantes de asilo que chegaram ao bloco, muitos deles deslocados de conflitos como o da Síria.
No entanto, na prática, quase não é implementado. Apenas alguns milhares de refugiados que chegaram sobretudo à Grécia foram realocados em outros países de acolhida.