O presidente sul-africano, Jacob Zuma, retirou nesta quarta-feira (2) a ação movida na justiça para impedir a publicação de um relatório sobre a corrupção no seu governo, num momento em que se multiplicam os apelos pela sua renúncia, informou seu advogado.
"Dei instruções para retirar o recurso", declarou Anthea Platt na abertura da audiência desta quarta-feira.
Este relatório foi redigido pela Provedora da Justiça Thuli Madonsela, pouco antes de ela deixar o cargo em meados de outubro.
Trata-se, principalmente, de suspeitas de influência da família de empresários Gupta sobre o presidente Zuma, ao ponto de impor-lhe a nomeação de alguns ministros para promover os seus interesses.
Embora reconheça ser próximo desta família, o chefe de Estado sempre negou qualquer influência do Gupta em suas decisões políticas.
Nesta quarta-feira (2), vários partidos da oposição e membros da sociedade civil se manifestavam nas ruas de Pretória para exigir a renúncia de Jacob Zuma.
Este caso também tem nutrido uma guerra política dentro do partido no poder na África do Sul, o Congresso Nacional Africano (ANC), entre o campo do presidente Zuma e os fundadores do partido liderados pelo ministro das Finanças, Pravin Gordhan.
Terça-feira (1), em um caso sem precedentes contra Zuma, a respeitada Fundação Nelson Mandela pediu, em termos velados, a renúncia do chefe de Estado.