A presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, envolvida em um escândalo político pela influência de uma amiga nas decisões do governo, aceitou nesta sexta-feira (04) ser investigada por um promotor.
Em um discurso na TV, a presidente conservadora negou ter caído nas mãos de uma seita e de ter realizado rituais na Casa Azul - a residência presidencial - como afirmam vários jornais.
"Tem havido boatos de que entrei para uma seita e que celebraram rituais na Casa Azul, mas quero deixar claro que nada disto é verdade", disse Park.
"Se for preciso, quero responder sinceramente às investigações da promotoria", disse Park em um emotivo discurso.
"Os últimos acontecimentos são culpa minha e foram provocados pela minha falta de atenção", declarou Geun-Hye, admitindo que "baixou a guarda" com Choi. "Não posso me perdoar (...) e é difícil dormir à noite".
Esta é a segunda vez, em dez dias, que a presidente fala ao país sobre o escândalo que explodiu no mês passado, envolvendo sua amiga Choi Soon-Sil.
Choi é investigada por tráfico de influência e corrupção devido a suspeitas de que aproveitou seus contatos na presidência para extorquir os principais conglomerados econômicos do país, como Samsung, que teria destinado importantes somas de dinheiro a fundações criadas pela amiga da presidente.
A amiga da presidente também é acusada de interferir em questões de estado, incluindo a nomeação de altos funcionários.
Na quinta-feira, um tribunal de Seul emitiu um mandado de prisão contra Choi, amiga de Park há anos, por fraude e abuso de poder.
O escândalo abalou a confiança no governo de Park, que ainda tem mais de um ano de mandato, e levou milhares de manifestantes às ruas.
Para tentar aplacar a crise, a presidente mudou vários membros do seu gabinete.
Os partidos de oposição seguem criticando Park mas já não exigem sua demissão, o que exigiria eleições antecipadas de resultado incerto.