Terremoto provoca tsunami leve na região de Fukushima

A princípio não foram registrados danos às infraestruturas e horas depois o alerta foi cancelado
AFP
Publicado em 22/11/2016 às 6:37
A princípio não foram registrados danos às infraestruturas e horas depois o alerta foi cancelado Foto: Foto: JIJI PRESS/AFP


Um terremoto nesta terça-feira (21) na costa de Fukushima provocou um tsunami que afetou a região da central nuclear que sofreu um grave acidente em 2011, mas a princípio não foram registrados danos às infraestruturas e horas depois o alerta foi cancelado.

A agência meteorológica japonesa revisou a estimativa inicial do sismo, passando de magnitude 7,3 (6,9, segundo o instituto geológico americano USGS) para 7,4.

O terremoto aconteceu às 5h59 (horário local), a uma profundidade de 10 quilômetros, e teve como epicentro uma zona da cidade de Fukushima.

A companhia Tepco (Tokyo Electric Power), que opera a central de Fukushima, indicou que uma onda de um metro tocou a costa adjacente, mas que, segundo informações preliminares, não houve incidentes.

A Tepco relatou ainda que um dos sistemas de refrigeração da piscina de combustível usado pelo reator 3 de Fukushima Daini parou, mas seu funcionamento foi restabelecido pouco depois.

Duas horas depois do terremoto, na costa de Sendai, na cidade de Miyagi, registrou-se uma onda de 1,4 metro. Em outras localidades, o nível do mar subiu vários centímetros, indicou a agência meteorológica nacional.

A princípio, a agência havia alertado que ondas de até três metros poderiam ser registradas, mas sete horas depois do tremor o alerta foi suspenso.  

Mas a agência advertiu a população que nos próximos sete dias devem ser registrados tremores secundários.

Segundo informações preliminares não houve danos, e foram registrados apenas alguns feridos sem gravidade. Moradores do litoral sentiram fortemente os tremores e 10.000 pessoas abandonaram suas casas.

"Foi um sismo forte e muito longo. As sirenes soaram para prevenir sobre o risco de tsunami na costa, mas estou preocupada principalmente com as centrais nucleares", desabafou Akemi Anzai, residente na localidade de Minamisoma, ao norte de Fukushima.

O governo abriu uma célula de crise para dar informações e orientar as equipes de emergência, os municípios e a população.

"Dei algumas instruções para que se ofereça ao povo japonês a informação de forma adequada e oportuna sobre o tsunami e também tomar conhecimento da situação dos danos causados", disse o primeiro-ministro Shinzo Abe, em uma coletiva de imprensa no Hotel Emperador de Buenos Aires, onde se encontra em visita oficial.

Ele também pediu que sejam "tomadas as medidas necessárias para os desastres" desse tipo.

Dolorosas lembranças de 2011

O sismo foi sentido em um extenso perímetro da ilha principal de Honshu, incluindo Tóquio, despertando milhões de habitantes dessa região devastada por um enorme tsunami em março de 2011.

A NHK interrompeu imediatamente sua programação para divulgar as informações das autoridades.

"Um tsunami está a caminho. Fujam, avisem seus vizinhos", declarou um jornalista do canal.

Os japoneses estão traumatizados desde março de 2011, quando um terremoto de 9,0 graus de magnitude provocou um tsunami na costa nordeste do país, deixando mais de 18 mil mortos, ou desaparecidos, e derretendo três reatores da usina nuclear de Fukushima. O episódio provocou a liberação de uma grande quantidade de material radioativo. Dezenas de milhares de moradores foram obrigados a deixar a região.

Em abril passado, dois fortes terremotos atingiram a província de Kumamoto, no sul do Japão, e foram seguidos por mais de 1.700 tremores secundários. Pelo menos 50 pessoas morreram e danos generalizados foram registrados.

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