A Justiça do Peru pediu nesta terça-feira a prisão preventiva do ex-presidente Alejandro Toledo (2001-2006), a quem acusa de receber 20 milhões de dólares para favorecer com uma obra a empreiteira Odebrecht, um pedido que será avaliado por uma corte.
"Equipe Especial do Ministério Público apresentou pedido de Prisão preventiva por 18 meses contra Alejandro Toledo", escreveu a entidade em sua conta no Twitter.
O pedido deve ser avaliado em um prazo máximo de 48 horas por um juiz que, se aceitar o pedido, expede a ordem de captura do ex-presidente, que atualmente está no exterior.
"Pedido de prisão preventiva para Alejandro Toledo será avaliado pelo juiz (Richard) Concepción, do Primeiro Juizado de Investigação Preparatória Nacional", informou o Poder Judiciário.
Toledo, que governou o Peru entre 2001-2006, responde como cidadão comum, pois sua imunidade parlamentar como ex-presidente venceu cinco anos após ter deixado o cargo.
A Justiça investiga Toledo por lavagem de dinheiro e tráfico e influência. Apoiada em um testemunho do ex-gerente da Odebrecht no Peru, Jorge Barata, sua empresa pagou 20 milhões de dólares como propina ao governo de Toledo para realizar a construção da estrada interoceânica que liga o Peru ao Brasil.
Nos documentos do Ministério Público divulgados pela imprensa peruana, Barata conta que o intermediário foi o então chefe de segurança de Toledo, o israelense Avraham Dan On.
Ele assegura que o dinheiro foi depositado nas contas do empresário peruano-israelense Josef Maiman, amigo do ex-presidente e que chegou a ser citado na lista da revista Forbes.
A Justiça rastreou 11 milhões de dólares dos subornos nas contas de Maiman. Os pagamentos teriam sido realizados entre 2005 e 2008, inclusive depois que Toledo deixou o governo.
Com o dinheiro, segundo a Justiça, formou-se uma empresa 'off shore', criada por Maiman e a sogra do ex-presidente, Eva Fernenbug. Dali compraram imóveis e pagaram hipotecas.
Em um primeiro momento, Toledo disse que o dinheiro procedia de uma indenização à sua sogra, uma judia belga, pelo holocausto nazista, versão que foi desmentida. Depois, no entanto, assegurou ter sido um empréstimo de Maiman.
A Justiça considera Barata cúmplice e Maiman autor em todo este caso. No sábado a Polícia realizou uma batida na casa do ex-presidente em Lima.