Estado Islâmico reivindica lançamento de foguetes contra Israel

Vários foguetes foram lançados na quarta-feira à noite do Sinai, onde dois palestinos morreram
AFP
Publicado em 09/02/2017 às 13:45
Vários foguetes foram lançados na quarta-feira à noite do Sinai, onde dois palestinos morreram Foto: Foto: Divulgação


O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou nesta quinta-feira (9) o lançamento a partir da península egípcia do Sinai de dois foguetes que caíram na cidade israelense de Eilat, às margens do Mar Vermelho, no sul do país.

Os tiros, que não fizeram feridos, foram seguidos da morte no Sinai de dois palestinos, mortos durante a noite por um ataque israelense segundo o movimento islamita do Hamas, que governa a Faixa de Gaza vizinha.

O exército israelense negou qualquer envolvimento. Mas a sucessão de acontecimentos nutriu as especulações sobre um ato de represália israelense após os disparos de foguetes.

Vários foguetes foram lançados na quarta-feira à noite do Sinai. O sistema de defesa israelense Domo de Ferro interceptou três foguetes e outro não atingiu a cidade.

A facção egípcia do EI reivindicou os tiros em um comunicado divulgado nas redes sociais. "Graças a Deus, uma ala militar disparou vários foguetes Grad contra Eilat", afirma o grupo egípcio.

O Sinai é cenário de confrontos frequentes entre soldados e policiais egípcios com membros da organização Província do Sinai, vinculado ao EI, que antes era conhecido como Ansar Beit Al-Maqdess.

Ansar Beit Al-Maqdess foi criado em março de 2011 com o objetivo de atacar Israel, que faz fronteira com o Sinai e evitar a cooperação entre Egito e Israel.

Mas o grupo ataca principalmente o regime do presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi desde que, em julho de 2013, derrubou o presidente islamita Mohamed Mursi.

O Egito é um dos dois países árabes, ao lado da Jordânia, que tem um tratado de paz com Israel.

Algumas horas após os tiros em Eilat, dois palestinos, Hossam al-Sufi, de 24 anos, e Mohammed al-Aqra, de 38 anos, foram mortos 200 km mais ao norte no Sinaï, na fronteira com a Faixa de Gaza.

Eles morreram em um ataque israelense, disse Achraf al-Qoudra, porta-voz do ministério da Saúde de Gaza. Cinco outras pessoas foram feridas.

Envolvimento do Hamas

Mortos e feridos foram levados para um hospital no enclave palestino.

Eles trabalhavam em um dos túneis de contrabando sob a fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza, sujeita aos bloqueios israelense e egípcio, segundo uma fonte de segurança do Hamas.

O porta-voz do exército israelense, o coronel Peter Lerner, negou o envolvimento israelense. O ministério da Defesa do Egito se recusou a comentar.

Se for verdade, o ataque israelense poderia indicar que Israel atua no território de um dos dois únicos países árabes com os quais fez a paz. Mas a questão das relações entre Israel e Cairo e a sua cooperação é extremamente contestada na opinião pública egípcia.

Israel responde sistematicamente aos tiros de projéteis de Gaza, como fez segunda-feira. Esses tiros são comumente atribuídos a organizações salafistas, mas Israel aponta o Hamas como responsável pelo que acontece no território.

No entanto, os tiros de foguetes de quarta-feira à noite foram os primeiros desde 2015 a partir do Sinai, disse à AFP Ely Karmon, analista do Instituto Internacional para a luta contra o terrorismo, em Israel.

"Se foi Israel que atingiu o túnel, está claro que (Israel) acha que o Hamas tem algo a ver" com os foguetes em Eilat, acrescentou. "Talvez (Israel), acredita que alguns destes jihadistas vêm do Hamas ou que tenha recebido armas do Hamas", disse ele.

 

 

 

 

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