Um dos favoritos nas eleições presidenciais de abril, Emmanuel Macron construiu uma verdadeira fortaleza digital para combater os inúmeros ciberataques, dos quais afirma ser vítima desde que lançou sua campanha.
No gráfico que ilustra os ciberataques lançados contra o site do movimento de Macron "Em Marcha!", o de terça-feira alarmou.
"Precisamos de mais de nove minutos para neutralizá-lo (o ataque) e relançar nossos servidores", afirmou Mounir Mahjoubi, encarregado da área digital da campanha do ex-ministro da Economia, revelando que "foi o mais grave até agora".
Os sistemas operacionais do movimento do ex-ministro do gabinete de Hollande, que diz não ser "nem de esquerda nem de direita", foi alvo de mais de 4.000 ciberataques, segundo contagem interna, desde o anúncio de sua candidatura.
Manter a segurança é uma preocupação constante na sede da campanha de Macron.
O secretário-geral do movimento, Richard Ferrand, qualifica estes ataques como "organizados e coordenados por um grupo estruturado, e não por hackers solitários" que seguem ordens de autoridades russas.
O movimento tomou todas as precauções possíveis para evitar que um hacker invada o sistema: servidores protegidos por programas sofisticados, redes de celulares criptografadas, bases de dados protegidas e senha que mudam regularmente.
"A falha potencial neste tipo de organização é a humana", assegura o chefe dos serviços de informática, que pediu para não ser identificado.
"Temos muita sorte. Contamos em nossa equipe com pessoas que conhecem a tecnologia. Com os demais, tenho de fazê-los terem medo, mostrando sempre as consequências de não tomarem cuidado", completou.
"Lutar contra boatos, contra mentiras divulgadas nas redes sociais, é muito complicado", comentou Mahjoubi.
"Primeiro, devemos entender de onde vêm. Para isso, temos ferramentas de cartografia social, que gravam e analisam 100% das conversas sociais que nos envolvem", explicou.
Esses programas podem localizar a origem de qualquer mensagem, artigo, ou vídeo, em que seja mencionado o nome de Emmanuel Macron, e segui-los até as vias de divulgação nas redes.
"Às vezes, são como bombas de boatos que explodem e duram duas, ou três horas, e logo se apagam", relata.
Para combater esses rumores, contam com um grupo de apoiadores na Internet, membros da campanha e voluntários.
"O problema é que é muito mais difícil convencer as pessoas de forma positiva do que convencê-las com ódio", considera.