Cristãos fogem do Sinai pelo 4º dia devido à ameaça do Estado Islâmico

Região norte da Península do Sinai tem sido há anos o epicentro de uma insurgência de militantes islâmicos
Estadão Conteúdo
Publicado em 26/02/2017 às 21:08
Região norte da Península do Sinai tem sido há anos o epicentro de uma insurgência de militantes islâmicos Foto: STRINGER / AFP


Cristãos egípcios que temem ataques do Estado Islâmico fugiram da volátil região norte da Península do Sinai pelo quarto dia seguido neste domingo depois de uma série de assassinatos sectários na região. Mais de cem famílias do município de el-Arish e arredores chegaram ao município de Ismaília, no Canal de Suez, 120 quilômetros a leste do Cairo, desde sexta-feira, disse Nabil Shukrallah, representante da Igreja Evangélica local.

As famílias chegam com medo e precisando de suprimentos, que estão sendo estocados na igreja após doações de várias paróquias, segundo Shukrallah. As famílias são então transportadas para serem alojadas no município e ao redor dele, em casas particulares e agora também alojamento fornecido pelo governo. "Eles estão exaustos, com necessidades urgentes de comida e roupas para crianças", disse o voluntário. "Estão aterrorizados com a violência e a brutalidade dos terroristas".

O norte do Sinais tem sido há anos o epicentro de uma insurgência de militantes islâmicos, e os poucos cristãos da região estão deixando o local. Mas a fuga se intensificou depois que supostos militantes dispararam contra um encanador cristão em casa na frente de sua família na quinta-feira em el-Arish. Foi a sétima dessas mortes nas últimas semanas e alimentou o pânico entre os cristãos.

Nenhum grupo militante reivindicou a responsabilidade pelo ataque. Mas o grupo afiliado ao Estado Islâmico no Egito, que tem como base o norte do Sinai e em dezembro realizou um ataque a bomba suicida contra uma igreja do Cairo, prometeu, em um vídeo divulgado no início desta semana, intensificar os ataques contra a minoria cristã copta. 

Muitos ativistas de direitos humanos dizem que o deslocamento é um sinal claro de que o governo não forneceu um mínimo de segurança para a minoria em dificuldades na região, onde eles já enfrentaram ameaças públicas antes.

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