À medida que avançam sobre o bastião urbano remanescente do Estado Islâmico no oeste da cidade de Mossul, no Iraque, as forças iraquianas estão lutando para combater o terror causado pelos drones do grupo militante.
A ofensiva está causando um aumento nas baixas - pelo menos 30 integrantes das forças de segurança iraquianas e mais de 200 civis foram mortos ou feridos nos últimos três dias. As Forças Armadas do Iraque não divulgam relatórios oficiais de vítimas, mas médicos em estações de atendimento no fronte informaram os números sob condição de anonimato.
O súbito aumento no número de vítimas repete o que já havia ocorrido no leste de Mossul quando a luta migrou de aldeias rurais para densas áreas urbanas. Estações médicas que ficaram vazias nos primeiros dias da investida no oeste de Mossul anunciada na semana passada estão agora cheias.
Morteiros disparados dos distritos controlados pelo Estado Islâmico atingiram uma rota utilizada usada por milhares de civis que têm fugido de Mossul a pé na sequência do primeiro avanço das forças iraquianas no bairro de Mamun na sexta-feira.
No domingo à tarde (horário local), as forças especiais do Iraque ainda lutavam pelo controle de Mamun, em um combate urbano extenuante semelhante ao que antecedeu a liberação do leste de Mossul no início de novembro. A batalha pelo oeste é o último passo na ofensiva para retirar o grupo militante da segunda maior cidade do Iraque.
Na semana passada, as Forças Armadas retomaram o controle do aeroporto internacional da cidade, no norte, o que lhes deu um ponto de apoio para o avanço rumo aos bairros ocidentais de Mossul. Durante o fim de semana, as tropas avançaram por essas áreas, lideradas por unidades de forças especiais. O Exército também disse ter tomado o controle da principal estação de energia de Mossul.
As forças iraquianas em uma base a poucos quilômetros ao sul do fronte de batalha solicitaram ataques aéreos para retirar pequenas unidades de dois ou três combatentes do Estado Islâmico que estavam impedindo o avanço dos comboios iraquianos.
O número de carros-bomba que têm como alvo as forças iraquianas no oeste de Mossul tem sido menor do que no leste: cerca de quatro por dia no oeste, em comparação com mais de uma dúzia por dia no leste. Mas o número de drones com armas do Estado Islâmico disparou. Em um único dia, os drones derrubaram mais de 70 munições nas forças iraquianas. As bombas causaram principalmente ferimentos leves, mas interromperam as operações e monopolizaram as capacidades de vigilância disponíveis das Forças Armadas iraquianas e da coalizão liderada pelos EUA que apoia a luta de Mossul.
As forças iraquianas já estavam acostumadas com os drones inimigos que voam sobre o campo de batalha desde que o Estado Islâmico tomou partes do país em 2014. Eles usaram rifles e gadgets de alta tecnologia para combater os ataques e até drones próprios. Mas os militantes ajustaram sua tecnologia de drones. O que antes eram aeronaves improvisadas e com controle remoto que se assemelhavam a aeromodelos são agora quadricópteros - drones com quatro hélices parecidas com as de um helicóptero - que foram adaptados para transportar granadas que podem ser lançadas sobre alvos.