Pequim e Washington se comprometeram neste sábado (18) a trabalhar juntos para que a Coreia do Norte freie seu programa nuclear, que eleva a tensão na península a um "nível perigoso".
O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, se esforçou para adotar um tom conciliador em sua primeira visita a Pequim, um dia após um tuíte do presidente Donald Trump no qual acusa a China de não pressionar o suficiente seu aliado norte-coreano. Por sua vez, Pequim critica Washington por alimentar as tensões com exercícios militares na Coreia do Sul.
"Trabalharemos juntos para ver se podemos levar o governo de Pyongyang a mudar de posição (...) e se afastar do desenvolvimento de armas nucleares", afirmou Tillerson ao término de uma reunião com seu colega chinês, Wang Yi, em Pequim.
"Acredito que compartilhamos uma mesma visão e uma sensação de que a tensão na península é muito elevada atualmente e que as coisas alcançaram um nível perigoso", acrescentou.
Em resposta, o ministro chinês reafirmou a posição de Pequim, único aliado do regime de Pyongyang, que estipula que a única maneira de resolver a crise na Coreia é através do diálogo.
"Podemos escolher entre deixar que a situação se deteriore até levar a um conflito, ou retornar ao caminho adequado das negociações", declarou Wang.
Pequim, assim como Washington, "espera encontrar a forma de reativar as negociações e não abandona a esperança de alcançar a paz", afirmou o ministro chinês.
O novo chefe da diplomacia americana chegou a Pequim no fim da manhã procedente da Coreia do Sul, onde na sexta-feira anunciou o fim da política de "paciência estratégica" seguida pelos Estados Unidos em relação a Pyongyang e ao seu programa nuclear e balístico.
Na quinta-feira, o Japão constatou o fracasso de 20 anos de esforços diplomáticos para frear o programa nuclear norte-coreano e defendeu um "novo enfoque".
Mas Pyongyang permanece inflexível. "Se os Estados Unidos fizerem o menor gesto para lançar um ataque preventivo contra nós, nossa força de ataque nuclear aniquilará o quartel-general dos provocadores e invasores", afirmou neste sábado em um comentário o principal jornal norte-coreano, Rodong Sinmun.
"Se o governo americano continuar com suas pressões, os esforços que têm por objetivo encontrar uma nova solução se perderão para sempre", advertiu o jornal.
A hermética dinastia comunista realizou na semana passada disparos de mísseis, três dos quais caíram em águas territoriais japonesas.
Pyongyang afirmou que se tratava de disparos de treinamento contra bases americanas no Japão.