Um novo teste de míssil da Coreia do Norte falhou nesta quarta-feira (22), duas semanas depois do lançamento com êxito de quatro foguetes, apresentado por Pyongyang como um exercício para um eventual ataque contra as bases americanas no Japão, informou o ministério da Defesa sul-coreano.
A Coreia do Norte disparou um míssil a partir de uma base no porto de Wonsan, mas o "lançamento com certeza fracassou", destacou o governo de Seul.
O exército americano confirmou o fracasso e indicou que o míssil explodiu pouco depois do lançamento.
"O comando do Pacífico detectou uma tentativa frustrada de lançamento de míssil norte-coreano nas proximidades de Kalma. Um míssil explodiu, ao que parece, alguns segundos depois do lançamento", afirmou o porta-voz militar americano na região, David Benham.
O regime norte-coreano está submetido a sanções da ONU por seus programas nuclear e balístico.
Até o momento, a Coreia do Norte não demonstrou nenhuma intenção de interromper os programas, ao mesmo tempo que aspira desenvolver um míssil balístico intercontinental (ICBM) com capacidade de transportar ogivas nucleares e atingir o continente americano.
Em 2016, a Coreia do Norte intensificou os lançamento de mísseis e executou dois testes nucleares.
Recentemente, os norte-coreanos dispararam uma salva de quatro mísseis balísticos e três deles caíram perigosamente perto do Japão.
No domingo, o dirigente norte-coreano Kim Jong-Un supervisionou o teste considerado bem sucedido de um novo motor de foguete, artefato que pode ser modificado com facilidade para propulsar um míssil.
A Coreia do Sul considerou o anúncio mais um sinal de que a Coreia do Norte obteve "avanços significativos" no domínio balístico.
O regime norte-coreano realizou os diversos testes no momento em que Estados Unidos e Coreia do Sul realizavam manobras militares conjuntas.
Os exercícios são criticados com frequência por Pyongyang, que os considera um teste geral para uma invasão do território norte-coreano.
O teste do motor no domingo passado coincidiu com a visita ao continente asiático do novo secretário de Estado americano, Rex Tillerson, que advertiu que a tensão regional atingiu "níveis perigosos".
Sem conseguir convencer a Coreia do Norte a renunciar às ambições nucleares, Washington decidiu encerrar a política de "paciência estratégica" da administração de Barack Obama, anunciou Tillerson.
A possibilidade de uma ação militar americana está sobre a mesa, disse o secretário de Estado.
A nova abordagem contradiz a visão da China, que insiste na necessidade de uma ação diplomática a respeito da Coreia do Norte, país com o qual mantém relações estreitas.
A agência oficial norte-coreana KCNA celebrou esta semana o fato de Tillerson ter reconhecido o "fracasso" da política americana que pretende acabar com o programa nuclear do país.
Pyongyang afirma que seu programa é totalmente defensivo ante "inimigos hostis" como Coreia do Sul e Estados Unidos.
Até o momento, a Coreia do Norte não testou um míssil ICBM com capacidade de atravessar o Oceano Pacífico.
O míssil de longo alcance Musudan pode, em tese, viajar até 4.000 km, o que permite atingir a Coreia do Sul e o Japão, assim como as bases militares americanas na ilha de Guam.
Em 2016, o regime norte-coreano realizou oito testes de disparos com o Musudan, mas apenas um teve êxito.
Em junho do ano passado, um Musudan lançado na costa leste do país percorreu 400 km, o que levou Kim Jong-Un a considerar que o país poderia atacar bases americanas "em um cenário de operações no Pacífico".
De acordo com o jornal New York Times, o governo de Obama intensificou os ataques virtuais contra a Coreia do Norte com o objetivo de sabotar os disparos dos mísseis antes ou pouco depois do lançamento.