As forças militares da Coreia do Norte se reuniram em Pyongyang na tarde desta sexta-feira (hoário de Brasília, sábado de manhã pelo horário local) para exibir sua força ao líder Kim Jong-un, enquanto a tensão aumenta por sua ambição nuclear.
Centenas de caminhões cheios de soldados se alinhavam às margens do rio Taedong antes do amanhecer para um desfile na capital do país.
O evento irá comemorar o 105º aniversário do avô de Kim, o fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung, uma data conhecida como o "Dia do Sol" na República Popular Democrática da Coreia.
Entretanto, a celebração também tem a intenção de enviar uma mensagem a Washington, Seul, Tóquio e outras capitais sobre o poderio militar da Coreia do Norte.
Pyongyang enfrenta inúmeras sanções da ONU por conta de seus programas de mísseis atômicos e balísticos, e tem a ambição de construir um foguete capaz de atingir o território americano - algo que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu que "não acontecerá".
Já foram realizados cinco testes nucleares - dois deles no ano passado - e vários lançamentos de mísseis, um dos quais fez com que três foguetes caíssem em águas próximas ao Japão no mês passado.
Especulações sobre uma sexta explosão nos próximos dias, coincidindo com o aniversário, atingiram seu ponto máximo quando um especialista do site americano 38North disse que o teste Punggye-ri estava "pronto". Nesse contexto,funcionários da Casa Branca afirmaram que as opções militares "estavam sendo avaliadas".
"Estamos enviando uma armada. [Ela é] muito poderosa", disse Trump à Fox Business Network. "Ele está fazendo a coisa errada", acrescentou falando sobre Kim. "Ele está cometendo um grande erro."
A China, o maior aliado do país, e a Rússia pediram moderação, mas o ministro das Relações Exteriores de Pequim, Wang Yi, advertiu nesta sexta-feira que "o conflito pode começar a qualquer momento".
Seu exército prometeu sexta-feira uma resposta "impiedosa" a qualquer provocação dos EUA, mas os diplomatas em Pyongyang são mais otimistas, ressaltando que a Coreia do Norte muda sua retórica "a cada primavera", quando Washington e Seul realizam exercícios conjuntos anuais visando a uma possível invasão.
Nenhum dos cinco testes nucleares anteriores feitos pela Coreia do Norte ocorreu em abril.