Manifestantes foram às ruas em dezenas de cidades dos Estados Unidos, neste sábado (15), para pedir ao presidente Donald Trump que libere suas declarações de impostos, dizendo que os americanos merecem saber sobre seus laços de negócios e potenciais conflitos de interesse.
Os organizadores disseram que os protestos - chamados de Marcha Fiscal - foram agendados em quase 150 cidades e resultaram da marcha das mulheres que aconteceu no dia seguinte à posse de Trump. O presidente é o primeiro grande candidato do Partido Republicano em mais de 40 anos a não divulgar suas declarações fiscais, alegando que foi porque ele estava sob auditoria. Ele disse mais tarde que os eleitores não se importam.
"Nós queremos ver seus impostos", disse Ann Demerlis, que estava entre as centenas de pessoas que marcharam da Prefeitura da Filadélfia para uma área em frente ao histórico Independence Hall, carregando cartazes e cantando "Queremos seus impostos agora!"
"É possível que ele possa agora mostrar seus impostos, porque seus impostos atuais não estão sendo auditados", disse Demerlis, que carregava um cartaz que dizia: "Siga o dinheiro".
A marcha de Washington começou com uma manifestação no Capitólio, onde o senador Ron Wyden pediu ao presidente Trump que "nocauteasse o segredo". O democrata de Oregon diz que o povo tem "um direito básico de saber se o presidente paga sua parte justa".
A deputada democrata Maxine Waters, da Califórnia, uma das críticas mais agudas do presidente Trump na Câmara, falou com os manifestantes pouco antes de embarcarem numa marcha para o National Mall. Disse que não há nada que impeça o presidente Trump de liberar seus impostos de renda e que "a verdade simples é que tem muito a esconder."
Durante quatro décadas, os presidentes e os principais candidatos do Partido Republicano liberaram algumas de suas declarações fiscais, com exceção de Gerald Ford. A ruptura do presidente Trump com a tradição levantou questões sobre possíveis conflitos de interesse.