A Procuradoria do Peru denunciou nesta segunda-feira executivos e construtoras do país que trabalharam em consórcio com a brasileira Odebrecht, suspeitos de envolvimento no esquema de pagamento de propinas para se obter contratos de obras públicas.
Segundo a Procuradoria, a denúncia envolve José Graña Miró Quesada, representante de empresa Graña y Montero; Fernando Camet Piccone, da JJC Contratistas Generales, e Fernando Castillo Dibois, da Ingenieros Civiles y Contratistas Generales; do mesmo modo que suas empresas.
Os procuradores designados para o caso Odebrecht afirmam que os executivos participaram do esquema de "pagamento de propinas" a funcionários públicos para conquistar as obras de dois trechos da estrada interoceânica entre Brasil e Peru.
A Odebrecht já reconheceu o pagamento de 29 milhões de dólares em propinas para obter obras públicas no Peru entre 2005-2014, incluindo 20 milhões ao então presidente Alejandro Toledo pelo contrato da estrada interoceânica.
Toledo, que vive nos Estados Unidos, é alvo de um pedido de extradição.
Nesta segunda-feira, um promotor peruano interrogou no Brasil Marcelo Odebrecht, para confirmar a versão de um executivo da filial da Odebrecht no Peru de que o grupo entregou 3 milhões de dólares para a campanha presidencial do ex-presidente Ollanta Humala (2011-2016).
Funcionários do governo do ex-presidente Alan García (2006-2011) também estão presos, mas por envolvimento em outro escândalo da Odebrecht no Peru: uma linha do metrô de Lima.