O presidente do Equador, Rafael Correa, denunciou os "dois pesos e duas medidas", por meio dos quais a América Latina e o mundo se posicionam em relação à Venezuela e ao Brasil, em discurso feito em uma universidade pública em Buenos Aires, nesta quarta-feira (17).
A uma semana de deixar o governo do Equador, Correa recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Nacional de Quilmes.
Na homenagem, em um salão repleto de estudantes e de ativistas, Correa fez um longo discurso para descrever a "revolução cidadã" que, segundo ele, foi feita por seu seu governo na última década no Equador.
Correa lembrou de uma conversa que teve com a então presidente Dilma Rousseff, em 2013, durante a qual comparou o tratamento dado à crise na época, com o que está sendo dado ao país caribenho.
"Minha amiga Dilma Rousseff, nesse momento presidente do Brasil - hoje ex-presidente por esses golpes midiáticos, golpes judiciais, golpes legislativos, que muitas vezes aceita a região com o mundo olhando para o outro lado", comentou.
Ele acrescentou que existem "dois pesos e duas medidas", porque "olhem como se trata o caso Brasil e o caso Venezuela, olhem que assimetria".
"Com esse doutorado, é parte dessa universidade e, para nós, é um orgulho", elogiou o reitor da Universidade de Quilmes, Alejandro Villar, relembrando que essa mesma distinção foi outorgada o presidente da Bolívia, Evo Morales, em 2015.
Em sua passagem por Buenos Aires, ele se reuniu com a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015) e com a vice-presidente Gabriela Michetti, na ausência do presidente Mauricio Macri, que está na China.
Cristina recebeu Correa em sua residência, em um encontro que durou pouco mais de uma hora, informou à AFP uma fonte ligada à anfitrião.