Com seu processo por estupro na Suécia arquivado, Julian Assange, fundador do WikiLeaks refugiado na embaixada equatoriana de Londres desde 2012, tem cinco possibilidades à sua frente.
Depois de cinco anos preso em condições difíceis na embaixada do Equador, Julian Assange quer a liberdade. Mas assim que ele sair, a polícia britânica prometeu prendê-lo por ter violado as condições de sua liberdade condicional quando se refugiou na legação diplomática, ao invés de se entregar para sua extradição à Suécia. Parece pouco provável que enquanto resolvem o caso voltem a lhe conceder liberdade condicional, podendo pegar até um ano de prisão, pena máxima por este crime.
Assange sempre considerou que a investigação por estupro da qual era alvo na Suécia não era mais do que uma manobra para extraditá-lo aos Estados Unidos, onde poderia ser julgado pela publicação de documentos secretos militares e diplomáticos. Essa possibilidade não desapareceu, e a promotoria britânica não quis confirmar ou negar à AFP se tem sobre a mesa uma demanda de extradição de Washington.
Os Estados Unidos tampouco disseram claramente o que querem. Quando questionaram o procurador-geral Jeff Sessions se a prisão de Assange era uma prioridade, ele não esclareceu se havia solicitado formalmente a sua captura: "buscaremos colocar algumas pessoas na cadeia", se limitou a dizer.
Parece surpreendente, mas não seria tanto, como explicou o comentarista britânico David Allen Green em sua conta no Twitter. "se Assange for detido no Reino Unido, a Suécia poderia revisar sua decisão porque a extradição seria mais fácil", escreveu. E a Suécia arquivou o processo não por falta de provas, mas pela dificuldade de seguir em frente com o caso. Os feitos não irão prescrever até 2020.
Diante de tais ameaças, Assange poderia continuar na embaixada. Em 19 de junho completará cinco anos morando no edifício lúgubre do bairro de Knightsbridge, onde vive em um pequeno espaço, com um gato, e recebe visitas regulares de amigos, como a atriz americana Pamela Anderson.
Após saber do arquivamento do processo, Quito, que concedeu asilo a Assange, solicitou a Londres que permita sua viagem ao Equador. As autoridades britânicas sempre se negaram a permitir a saída de Assange do país e não deram sinais de que iriam perdoar sua dívida com a Justiça.