O governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, associou o piloto que conduziu o ataque contra a sede do Ministério do Interior e a Suprema Corte do país à Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
Em nome de Maduro, o ministro das Comunicações da Venezuela, Ernesto Villegas, afirmou hoje em um discurso televisionado que "o autor está sendo investigado por seus vínculos CIA e com a embaixada dos EUA em Caracas, bem como por seus vínculos com um ex-ministro do Interior, que recentemente confirmou publicamente seus contatos com a CIA", sem citar o nome do ministro em questão.
O inspetor-chefe da divisão de apoio aéreo da polícia científica da Venezuela, Oscar Pérez, de 36 anos, foi o responsável por usar um helicóptero da corporação para sobrevoar as sedes do Executivo e do Judiciário em Caracas e exibir uma faixa contra o presidente Nicolás Maduro. Em seu perfil no Instagram, Pérez afirmou que representava "uma coalizão entre funcionários militares, policiais e civis, em busca do equilíbrio e contra este governo transitório e criminoso".
Na noite de ontem, Pérez atirou granadas contra a sede do Ministério do Interior do país e disparou tiros contra a Suprema Corte. Para ele, o ato é uma demonstração de força "com o único fim de devolver o poder ao povo democrático e, assim, cumprir e fazer com que as leis sejam cumpridas, para restabelecer a ordem constitucional".
Villegas afirmou que "para o governo bolivariano, se trata de ataques de caráter terrorista", que teriam sido promovidos por "setores extremistas da direita venezuelana com apoio de governos estrangeiros".
O ministro ainda pediu para que a população ajudasse nas buscas pelo suspeito e pelo helicóptero e fez um apelo para que os venezuelanos estejam alertas frente à escalada golpista que pretende alterar a ordem constitucional da Venezuela e que mostrou falta de qualquer escrúpulo para o sucesso de suas ambições políticas e econômicas. (Matheus Maderal - matheus maderal@estadao.com)