Quatro Estados árabes que acusam o Catar de apoiar o terrorismo concordaram, nessa segunda-feira (3), com uma proposta do Kuwait de ampliar em 48 horas o prazo para a resposta à lista de exigências feitas ao país, informou a agência de notícias oficial saudita SPA.
O prazo terminava no fim de domingo (2). A Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e o Egito decidiram estender esse prazo, após um pedido do Kuwait, que atua como mediador na crise do Golfo.
O governo do Kuwait havia solicitado a prorrogação, após o anúncio do Catar de que devia entregar sua resposta ao Emir Sheikh Sabah Al Ahmad Al Jaber Al Sabah nessa segunda-feira.
Em 23 de junho, os quatro Estados árabes emitiram uma lista de 13 exigências para acabar com a disputa com Doha, incluindo o fechamento da rede de televisão Al Jazeera e o corte das relações diplomáticas com o Irã.
Eles cortaram os laços diplomáticos com o Catar no dia 5 de junho devido ao suposto apoio do país ao terrorismo. Um dia depois, os quatro países árabes impuseram embargo parcial de terra, mar e ar aos meios de transporte do país, entre eles a companhia aérea estatal Catar Airways.
O governo diz que as acusações não têm fundamento. O ministro das Relações Exteriores, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman al Thani, afirmou que as exigências mais rígidas, uma delas a expulsão das tropas turcas baseadas no país, devem ser rejeitadas. Acrescentou, no entanto, que o país está disposto a se engajar no criação de condições adequadas para maior diálogo.
A crise causou preocupação mundial. Outras medidas podem ser impostas se o Catar não conseguir ceder, o que poderia incluir medidas contra empresas e instituições financeiras e a expulsão de Doha do Conselho de Cooperação do Golfo.