O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentou nesta segunda-feira (14) a pressão comercial contra a China ao anunciar uma investigação sobre as práticas de Pequim em matéria de propriedade intelectual em um contexto de tensionamento entre as duas potências por causa da Coreia do Norte.
Trump assinou na Casa Branca um pedido ao representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, para que examine se as políticas comerciais da China prejudicam investidores ou companhias americanas no que se refere a propriedade intelectual.
"Enfrentaremos a qualquer país que ilegalmente force às companhias americanas a transferir sua valiosa tecnologia como condição para acessar seu mercado. Combateremos a falsificação e a pirataria que destroem empregos americanos", disse.
"Protegeremos os direitos de propriedade intelectual, patentes, marcas registradas, segredos comerciais e toda propriedade intelectual vital para nossa segurança e prosperidade", acrescentou.
Trump disse que Washington já não tolerará que Pequim "roube" segredos industriais americanos; uma das maiores preocupações das companhias que buscam espaço no gigantesco mercado chinês.
Lighthizer disse que fará "uma cuidadosa investigação e, se for necessário, empreenderá ações para preservar o futuro da indústria americana".
Pequim advertiu nesta segunda-feira que se houver uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo "todos perderão".
"China e Estados Unidos deveriam continuar trabalhando juntos para um desenvolvimento firme e sustentável das relações econômicas", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying.
"Travar uma guerra comercial não tem futuro. Não haverá um ganhador", acrescentou, lembrando que todos os países da Organização Mundial de Comércio (OMC) devem respeitar as normas.
A investigação sobre a propriedade intelectual se soma às várias lançadas por Washington sobre as práticas comerciais da China, especialmente nos setores de aço e alumínio.
O início de uma investigação não supõe uma confrontação imediata. Lighthizer deve encontrar primeiro indícios de práticas ilegais antes de abrir uma investigação formal, o que pode levar quase um ano, disseram funcionários americanos.
Na semana passada Washington anunciou sanções preliminares contra a importação de lâminas de alumínio da China, mas até agora os Estados Unidos não adotaram sanções contra produtos chineses.
Trump deu a entender que sua hostilidade às práticas comerciais chinesas poderia ser atenuada se Pequim ajudar a controlar a Coreia do Norte, um país dotado de armas nucleares.
"Se China nos ajudar, me sentiria muito diferente quanto ao comércio", disse na semana passada.
Funcionários americanos afirmaram que não existe relação alguma entre as sanções comerciais e o programa nuclear norte-coreano.
Pequim disse o mesmo nesta segunda-feira. São dois assuntos "totalmente diferentes", afirmou a chancelaria chinesa.