O supremacista branco suspeito de jogar o seu carro contra uma multidão de manifestantes no fim de semana foi descrito nesta segunda-feira como um homem reservado e que durante anos manteve opiniões radicais.
James Fields, de 20 anos, é acusado de homicídio doloso por matar uma mulher de 32 anos no sábado (12) ao jogar seu Dodge Challenger contra uma multidão de manifestantes após uma violenta marcha de neonazistas e supremacistas brancos em Charlottesville, na Virgínia.
O procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, disse ao programa Good Morning America, da ABC, que o ataque - que também feriu 19 pessoas - seria "a definição de terrorismo doméstico", segundo a lei americana.
Fields apareceu como um rapaz introvertido que tinha opiniões supremacistas e admirava a ideologia nazista, mas que falhou como soldado, apesar do fascínio com as táticas militares.
Uma foto de Fields tirada na marcha de sábado (12) o mostrava carregando símbolos atribuídos a uma organização racista de direita, de acordo com o Southern Poverty Law Center, que monitora grupos de ódio americanos.
As opiniões de Fields eram conhecidas por Derek Weimer, seu ex-professor na Randall K. Cooper High School, em Kentucky, que declarou que outros professores também estavam preocupados com o quieto estudante que tinha "crenças muito radicais".
Ele era muito interessado por táticas militares, especialmente a utilizada pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, disse Weimer.
"Ele sabia muito sobre o nazismo. Ele realmente tinha uma afeição por Adolf Hitler", disse à CNN.
"Ele frequentou uma boa escola. Viveu em uma boa vizinhança. Havia gente suficiente ao seu redor para tentar guiá-lo na direção correta. Meu primeiro sentimento é que falhamos. Eu falhei", afirmou Weimer em uma entrevista separada à rádio pública de Ohio WVXU.
Fields se alistou para o Exército americano em agosto de 2015, logo após se formar, mas foi liberado quatro meses depois "devido à incapacidade de cumprir com os padrões de treinamento", disse o Serviço em declaração.
O jovem e sua mãe, Samantha Bloom, se mudaram de Kentucky para um local próximo a Ohio nos últimos meses, segundo relatos da imprensa.
Bloom disse ao jornal Toledo Blade que seu filho comentou que ia a um comício da "direita alternativa" na Virgínia, usando um termo que inclui Ku Klux Klan, neonazistas e nacionalistas brancos.
"Achei que tivesse algo a ver com Trump", declarou a mãe ao jornal, acrescentando que não sabia sobre a natureza extremista do evento.
"Tento ficar de fora de suas visões políticas", confessou.