A Assembleia Constituinte venezuelana anunciou nesta quarta-feira (16) que analisará as candidaturas às eleições de governadores para impedir a postulação de políticos supostamente envolvidos em atos de violência.
Delcy Rodríguez, presidente deste suprapoder que redigirá uma nova Constituição, disse que pedirá ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que "envie a lista completa de todos os que se postularam" para as eleições de outubro.
O objetivo é que "nunca mais alguém ocupe um cargo e se valendo desta posição pública afete a paz e a tranquilidade da Venezuela", assinalou a jornalistas.
"Queremos determinar se alguns dos candidatos, independentemente de sua filiação partidária ou política, estiveram envolvidos em atos de violência", acrescentou.
A ex-chanceler fez o anúncio enquanto revelou que a Constituinte, por meio da Comissão da Verdade, abriu uma investigação contra líderes opositores, a quem acusa de promover a violência durante protestos contra o governo que deixaram 125 mortos nos últimos quatro meses.
Nesta quarta-feira, o CNE informou sobre a inscrição de 226 candidaturas para as regionais, das quais a oposição participará, apesar de denunciar que este organismo serve ao governo e que articulou uma fraude na eleição da Constituinte em 30 de julho.
As eleições de governadores estavam previstas inicialmente para dezembro, depois de um ano de atraso, e foram adiantadas para outubro por ordem da Constituinte impulsionada pelo presidente Nicolás Maduro.
"Deve-se prevenir que se repitam os feitos de violência para preservar a tranquilidade da sociedade", afirmou Rodríguez, fazendo alusão às manifestações contra o governo nas quais os opositores denunciaram uma "repressão selvagem" das forças de segurança.
O poderoso líder chavista Diosdado Cabello, também membro da Constituinte, disse há uma semana que os candidatos a governadores precisarão de "um certificado de boa conduta" emitido por essa instância.