Pyongyang faz advertências antes de manobras dos EUA e Coreia do Sul

A Coreia do Norte advertiu o governo dos EUA que as manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul apenas ''jogarão gasolina na fogueira''
AFP
Publicado em 20/08/2017 às 12:07
A Coreia do Norte advertiu o governo dos EUA que as manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul apenas ''jogarão gasolina na fogueira'' Foto: Foto: JUNG YEON-JE / AFP


A Coreia do Norte advertiu neste domingo (20) o governo dos Estados Unidos que as manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul que devem começar na segunda-feira (21) apenas "jogarão gasolina na fogueira", em um momento de grande tensão entre Pyongyang e Washington.

Pyongyang realizou dois testes de mísseis balísticos intercontinentais em julho, com a aparente capacidade de atingir boa parte do território dos Estados Unidos, o que levou o presidente americano americano Donald Trump a reagir com a advertência de que Washington poderia responder com "fogo e ira".

Ameaça da Coreia do Norte

O regime norte-coreano ameaçou então lançar mísseis na direção da ilha americana de Guam, no Pacífico. Pouco depois, o dirigente do país, Kim Jong-Un, suspendeu o projeto, mas advertiu que a execução dependeria do comportamento de Washington.

No atual contexto, Coreia do Sul e Estados Unidos iniciarão na segunda-feira os exercícios conjuntos anuais, sob o nome de "Ulchi Freedom Guardian", durante os quais dezenas de milhares de soldados treinarão para proteger o território sul-coreano de um eventual ataque norte-coreano.

A cada ano, Pyongyang, que considera estas manobras uma provocação de um teste para a invasão de seu território, ameaça com represálias militares.

"Estas manobras conjuntas são a expressão mais explícita de sua hostilidade em relação a nós. Ninguém pode garantir que os exercícios não resultem em verdadeiros combates", afirma um editorial do jornal Rodong Sinmun, do partido único que governa o país.

"Os exercícios militares conjuntos Ulchi Freedom Guardian serão como jogar gasolina na fogueira e agravarão a situação na península", acrescenta.

Com uma advertência contra "a fase incontrolável de uma guerra nuclear", o jornal completa: "Se os Estados Unidos se perderem na fantasia de que uma guerra na península aconteceria na porta de outro, longe deles do outro lado do Pacífico, estão mais equivocados do que nunca".

 

- 'Mais grave que nunca' -
 

O Departamento de Estado americano anunciou que a operação Ulchi Freedom Guardian, baseada em simulações por computador, que aconteceu pela primeira vez em 1976 e que leva o nome de um general que defendeu o antigo reino coreano da invasão chinesa, acontecerá este ano como estava previsto.

Washington se negou a informar se o exercício será menor para não exacerbar as tensões, mas o ministério sul-coreano da Defesa anunciou a participação de 17.500 soldados, uma redução significativa na comparação com 25.000 envolvidos nas manobras do ano passado.

De acordo com a agência sul-coreana Yonhap, os dois aliados estudam a pertinência de abandonar o projeto inicial de deslocar dois porta-aviões para perto da península como parte das manobras militares conjuntas.

Paralelamente, o general Jeong Kyeong-Doo, comandante do Estado-Maior das Forças Armadas sul-coreanas, considerou que a situação atual é "mais grave do que nunca". Ele advertiu que Pyongyang que se expõe a graves represálias em caso de ataque.

"Em caso de provocação do inimigo, (nosso exército) tomará medidas de represália fortes e determinadas para fazê-lo lamentar amargamente", disse.

Quando Kim Jong-Un adiou o plano Guam, ele exigiu que Washington interrompesse as "arrogantes provocações" e fez referência aos "enormes materiais estratégicos nucleares" presentes na região. 

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