O exército libanês anunciou neste domingo (27) uma suspensão de sua ofensiva contra o grupo Estado Islâmico (EI) na fronteira com a Síria, para abrir passagem para as negociações para libertar vários soldados sequestrados desde 2014.
O cessar unilateral dos combates começou às 07H00 hora local (01H00 de Brasília).
"A batalha cessou. O Exército continuará com o combate se tiver motivos para fazer isso, ou se não ficarmos satisfeitos coma solução", afirmou o comando militar.
Nove soldados estariam sequestrados desde que os combatentes do EI incursionaram na localidade libanesa de Arsal, em agosto de 2014, tomando como prisioneiros 30 soldados e policiais.
Quatro foram assassinados por seus captores, um quinto morreu por causa de ferimentos e 16 foram libertados em uma troca de prisioneiros em dezembro de 2015.
Não se sabe se os soldados retidos pelos extremistas estão vivos ou mortos. Mas fontes ligadas às operações do Hezbollah na região síria de Qalamun, do outro lado da fronteira, indicaram à AFP que a formação libanesa estava procurando os corpos dos soldados desaparecidos.
A guerra que assola a Síria se transferiu para o Líbano, onde o EI revindicou vários ataques mortais, combateu o exército e o Hezbolah libanês e acampou nas regiões montanhosas ao leste, na fronteira sírio-libanesa.
O Exército libanês lançou em 19 de agosto sua ofensiva para expulsar o EI, alvo de ações similares na Síria e Iraque.
O comando militar libanês calcula a presença de 600 combatentes extremistas nas regiões de Jurud Ras Baalbeck e Jurud Al Qaa, onde controlam uma área de quase 120 quilômetros quadrados.
O Hezbollah iniciou no mês passado uma ofensiva para tentar expulsar os extremistas anteriormente vinculados à Al-Qaeda e rebeldes sírios de Jurud Aarsal, outra área do leste do país.
Após seis dias de combates, os dois lados chegaram a um cessar-fogo e um primeiro contingente de 8.000 pessoas - em sua maioria refugiados mas também jihadistas - foi levado para a Síria. Na segunda-feira, os últimos rebeldes sírios deixaram o Líbano.
A região de Jurud Aarsal havia se transformado em um refúgio para militantes sírios contrários ao regime e para uma quantidade indeterminada de refugiados que fugiam dos combates na Síria.
No mesmo dia do anúncio do exército, o Hezbollah informou o início de uma ofensiva para desalojar o EI do lado sírio da fronteira.
O porta-voz do exército libanês negou qualquer "coordenação" entre as Forças Armadas, Hezbollah e as tropas sírias.